São Paulo, quarta-feira, 24 de janeiro de 1996
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SP gastará R$ 85 mi por mês

CARLOS ALBERTO SARDENBERG
DA REPORTAGEM LOCAL

Uma vez aprovado e concluído o acordo sobre o Banespa, o governo paulista passará a gastar mensalmente R$ 85 milhões para manter o controle sobre duas instituições financeiras com atividades frequentemente coincidentes, o próprio Banespa e a Nossa Caixa-Nosso Banco.
Esses R$ 85 milhões são prestações referentes às dívidas que o governo tem com os dois bancos. Neste mês, equivalem a pouco menos de 7% da receita com ICMS, a principal fonte de recursos do Estado.
Hoje, o governo paulista paga R$ 20 milhões por mês à Nossa Caixa. São amortizações de um empréstimo negociado e consolidado no final de 1994. O prazo de pagamento é de 30 anos e as prestações serão ascendentes até mais ou menos a metade desse prazo.
O acordo com o Ministério da Fazenda, para tirar o Banespa do regime de intervenção do Banco Central, estipula que o governo federal vai emprestar R$ 7,5 bilhões ao governo paulista, para que este capitalize seu banco.
O governo de São Paulo passará então a pagar cerca de R$ 40 milhões por mês para amortizar esse empréstimo, em 30 anos. Essas prestações também são ascendentes nos primeiros anos.
Além disso, o governo paulista vai assumir o compromisso de pagar parte dos aposentados do Banespa, conta que hoje é estimada em R$ 25 milhões por mês.
Tudo somado, dá um gasto de quase 7% da receita de ICMS.
O governador de São Paulo, Mário Covas (PSDB), argumenta que não tem alternativa. Sustenta que a dívida com os dois bancos, feita por seus antecessores, tinha que ser paga em qualquer circunstância. E é melhor que seja paga por meio de um bom acordo, com juros inferiores aos de mercado e prazo longo, afirma o governador.
Já no Banco Central, a opinião dominante sustenta que o governo paulista ficaria com uma conta bem menor se privatizasse as duas instituições financeiras. Os dois bancos, vendidos, seriam parte do pagamento.

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