São Paulo, quarta-feira, 24 de janeiro de 1996
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Empresas oferecem táxi só para animais

BARBARA GANCIA
DA REDAÇÃO

O animal de estimação paulistano leva mesmo uma vida de cão. Não pode frequentar shopping center ou utilizar o transporte público.
Até pouco tempo, era também dura a vida de quem tivesse um animal doméstico, mas não possuísse meio de transporte próprio. Como fazer para levar o bichano ao veterinário? Como fazer para encaminhar Rex ao albergue de cães -uma vez que é proibido por uma lei municipal o transporte de animais domésticos em veículos públicos?
Hoje, esse não é mais um drama. Há menos de um ano, dois serviços de táxi para animais domésticos foram inaugurados em São Paulo: o Taxicão e o Táxi Dog. Ambos se encarregam de levar o cachorro, gato ou periquito para qualquer parte da cidade, a preços quase equivalentes aos do táxi bandeira dois.
O Taxicão cobra -em promoção de verão- R$ 10,00 pela chamada e R$ 1,50 por quilômetro rodado. Já o Táxi Dog, cobra uma taxa de R$ 10,00 pela chamada, R$ 1,50 por quilômetro rodado e 50% do quilômetro rodado no retorno à base, na rua Silva Pinto, 50, no Bom Retiro.
Rosana Bittencourt, proprietária do Taxicão, afirma que a maior procura é feita por pessoas que necessitam levar o cachorro ao veterinário. "À noite, então", afirma "é só desgraça. Acontece cada história...".
Rosana, que atende 24 horas pelo BIP 277-1215 (código 266751) ou pelo telefone 5561-6687, já chegou a transportar cachorros que "não cabiam no porta-malas do carro do cliente", e até um carneiro para uma menina de Guarulhos. E mais: ela não se incomoda com o fato de que cachorros, assim como crianças pequenas, tem o estômago fraco para viagens de automóvel.
Há alguns dias, por exemplo, Rosana atendeu o chamado da estudante de enfermagem Cleide Jane, para levar o poodle Willie Nelson, 6, fazer sua tosa de verão no veterinário. Dona Cleide, que usa os serviços do Taxicão "por falta de tempo", foi logo avisando: "cuidado que o meu Willie está sensível".
Ao final da corrida, Rosana foi forçada a promover uma ampla faxina na caixa de polietileno, onde os passageiros costumam ser transportados.
Michel Zimberknopft, proprietário do Táxi Dog, que atende pelo BIP 574-7500 (código 2000291), também transporta os seus "clientes" em caixas de polietileno no banco traseiro do carro. "Nunca tivemos problemas, nem mesmo com pulgas, pois costumamos desinfetar as caixas com um produto veterinário específico para eliminar estes e outros tipos de inseto", explica.
Cliente do Táxi Dog, a dona-de-casa Cecília de Souza conheceu o serviço "de ouvir falar". Ela costuma usar o táxi para levar ao veterinário sua cocker spaniel Princesa, 6. "A gente gasta um dinheirão, mas vale a pena", diz. "Afinal, quem mais poderia levar a minha Princesa ao veterinário?", completa.

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