São Paulo, quarta-feira, 24 de janeiro de 1996
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Definições

Parece pouco provável que a reeleição para os atuais prefeitos seja aprovada pelo Congresso Nacional, privando assim o eleitor de dar continuidade a uma administração que eventualmente tenha aprovado. A confirmar-se esse prognóstico, complica-se a vida do alcaide paulistano, Paulo Maluf. Este eterno candidato a algum cargo executivo terá de passar dois anos sem nenhum mandato, o que, para um político, equivale a permanecer dois anos a bordo de uma jangada perdida no meio do oceano.
O nome de Maluf aparecia com destaque nas pesquisas eleitorais. Havia até quem o julgasse um candidato imbatível. Como provavelmente não poderá concorrer, saem ganhando Francisco Rossi (PDT) e Luíza Erundina (PT), que também se apresentam bem nas enquetes.
Diferentemente de Rossi, que não tem adversários em sua legenda, Erundina terá de derrotar Aloízio Mercadante na convenção do PT para ser candidata. Embora Mercadante tenha o apoio da cúpula do partido, Erundina é forte nas bases, e sua confortável posição nas sondagens poderá revelar-se sedutora para um partido que ainda carece de experiência no Executivo.
Pesquisas eleitorais, porém, são, como se sabe, um retrato do momento e, por enquanto, a campanha nem mesmo começou. O fato, contudo, é que, a pouco mais de nove meses da eleição, a situação vai aos poucos se definindo. Uma dessas definições é a virtual impossibilidade de os atuais mandatários se reapresentarem como candidatos. Resta saber qual será o impacto que a não-reeleição dos prefeitos agora terá sobre a pretendida reeleição para a Presidência da República. A simpatia de Maluf, aparentemente, FHC já perdeu.

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