São Paulo, quarta-feira, 24 de janeiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

A vitória de Arafat

As eleições de sábado, confirmando Iasser Arafat na presidência da Autoridade Nacional Palestina e escolhendo 88 membros do Conselho de Autonomia, trouxeram significativas contribuições para o processo de paz no Oriente Médio.
A despeito de algumas imperfeições, o pleito foi considerado aceitável pelos 650 observadores internacionais que o acompanharam. Confere-se assim uma maior legitimidade à liderança de Arafat que, a despeito de um passado marcado pelo terrorismo, soube nos últimos anos imprimir a boa parte do povo palestino uma postura mais aberta ao convívio com Israel.
Além disso, foram às urnas aproximadamente 80% dos eleitores inscritos. Grupos radicais palestinos como Hammas e Jihad Islâmica, contrários ao acordo com Israel e ausentes do pleito, vêem agora diminuir ainda mais a sua já reduzida credibilidade junto à comunidade internacional e aos agentes da paz.
Por fim, a normalidade democrática nas primeiras eleições gerais controladas pelos palestinos permite lançar raízes para a formação de instituições confiáveis sob as quais o futuro e desejado Estado palestino deverá se fundar.
Porém há ainda pelo menos dois grandes desafios pela frente: o estabelecimento do estatuto de Jerusalém e a revogação de cláusulas da Carta palestina que exigem a destruição de Israel. Mas a paz na região, ainda que a passos lentos, parece cada vez mais certa.

Texto Anterior: Definições
Próximo Texto: Antes que a cidade pare
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.