São Paulo, quinta-feira, 25 de janeiro de 1996
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Política espacial é semelhante

RICARDO BONALUME NETO
ESPECIAL PARA A FOLHA

Além de pontos comuns na área nuclear, a Índia também tem semelhanças com o Brasil na política espacial. Os indianos, assim como os brasileiros, desenvolveram veículos lançadores de satélites, foguetes que podem ser teoricamente convertidos para mísseis capazes de transportar armas atômicas.
A Índia está bem mais avançada do que o Brasil nesse setor, pois já testou com sucesso um foguete capaz de lançar em órbita baixa (de algumas centenas de quilômetros de altitude) um satélite de até uma tonelada. O foguete brasileiro VLS, além de ainda não estar pronto, tem capacidade de carga bem menor.
Essa atividade aeroespacial já trouxe aos dois países problemas diplomáticos com o xerife do setor, os Estados Unidos, que temem a proliferação de mísseis balísticos. Mesmo sem uma bomba atômica na ponta, eles poderiam lançar armas químicas a centenas de quilômetros -como se temeu que o Iraque viesse a fazer cinco anos atrás na Guerra do Golfo.
Os indianos conseguiram levar adiante seus projetos com uma esperta mistura de nacionalismo científico e compra de tecnologia no Oriente e Ocidente.
Um dos pilares do movimento dos países não-alinhados durante a guerra fria, eles compraram tecnologia militar tanto de europeus como dos ex-soviéticos.
A Marinha indiana comprou do Reino Unido o porta-aviões Hermes, que foi o principal instrumento da frota que retomou as Malvinas dos argentinos em 1982, e o equipa com aviões também britânicos Sea Harrier.
Mas quem escolta o porta-aviões são fragatas armadas com mísseis russos. A Força Aérea Indiana ostenta o poderio invejável dos mais modernos caças MiGs russos, como o MiG-29.

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