São Paulo, quinta-feira, 25 de janeiro de 1996
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Brigadeiro vai entrar com pedido de habeas data

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA; DA SUCURSAL DO RIO

O brigadeiro da reserva Luiz Ricardo Caldas dos Santos disse que entrará com um pedido de habeas data para que a PF confirme ou não a investigação contra ele.
Habeas data é um instrumento jurídico que permite a qualquer cidadão ter acesso às informações sobre ele levantadas por órgãos públicos e empresas.
Santos afirma que esteve ontem com o diretor-geral da PF, Vicente Chelotti, que teria garantido que o órgão não tem qualquer investigação envolvendo seu nome.
O brigadeiro contestou a reportagem publicada ontem no "Jornal do Brasil" que afirma que o militar poderia ter ligações com o crime organizado do Rio e o tráfico internacional de armas.
"Ex-chefe da inteligência ligado a bandido é o fim da picada", afirmou Santos. Ele negou que participe de operações envolvendo venda de armas.
O brigadeiro disse que passou para a reserva em março de 95 e, dois meses depois, começou a intermediar a venda de material de navegação para a Gher.
Santos pediu oficialmente para que a Aeronáutica abra inquérito para investigar se há qualquer ligação sua com a venda de armas.
Em nota oficial, o ministério disse que "tanto nas notícias veiculadas como no documento apresentado pelo brigadeiro Caldas não foram identificadas atividades que envolvam o Ministério da Aeronáutica ou que configurem indícios de crime militar.
O advogado da Gher Internacional Comércio Exterior Ltda., Técio Lins e Silva, disse ontem que a empresa jamais vendeu armas.
Sediada no Rio, a Gher é uma empresa brasileira que representa fabricantes estrangeiros de equipamentos de tecnologia avançada, como plataformas petrolíferas, radares e sondas. A Gher pertence ao empresário brasileiro Léo Gher, que não quis comentar o caso.

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