São Paulo, quinta-feira, 25 de janeiro de 1996 |
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Discriminação não tira migrantes de SP Para eles, vida na cidade é melhor DA REPORTAGEM LOCAL Pode-se dizer que há uma regra para os nordestinos que vivem em São Paulo: nenhum deles quer retornar à terra natal. Apesar da discriminação, das dificuldades diversas e até da fome que alguns passaram, eles continuam morando na cidade.Pelos menos foi o que disseram à Folha os migrantes vindos da região Nordeste do país, como o vendedor de suco Adelso Alves dos Santos e doméstica Adriana Geisa Lima. A ex-prefeita Luiza Erundina costuma dizer que poucas cidades do mundo teriam lhe dado a oportunidade que deram. Mesmo assim, a paraibana frisa que há uma forte discriminação. Ela lembra que, quando chegou a São Paulo, procurou emprego como assistente social, sem sucesso. "Mesmo reconhecendo o valor do meu currículo, as pessoas diziam que a minha experiência profissional não valia para São Paulo. Era uma maneira velada de não me aceitar porque eu sou nordestina." O cantor e compositor Tom Zé, 59, aponta as diferenças culturais também como forma de discriminação. Apesar disso, disse que nunca se sentiu ofendido. Ele exemplifica isso com um incidente ocorrido logo quando chegou à cidade, em 1965. "Eu e Gal (a cantora Gal Costa, também baiana) estávamos passeando pelas ruas do centro e fomos agredidos com grosserias porque ela estava vestindo calça comprida. Uma moça de uma loja nos chamou e disse que em São Paulo mulher não anda de calça." Texto Anterior: Estatísticas mostram diferenças de salário Próximo Texto: Alunas do ITA podem abandonar o curso Índice |
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