São Paulo, quinta-feira, 25 de janeiro de 1996
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Senado quer monitorar autoridade monetária

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), pretende colocar para funcionar, no início de março, uma comissão mista "de moeda e crédito". Formada por deputados e senadores, a comissão terá como tarefa monitorar a ação do BC (Banco Central).
O projeto já foi aprovado pela Câmara no ano passado e depende de aprovação pelo Senado. Como se trata de uma resolução sobre uma competência exclusiva do Congresso, o projeto independe do aval do presidente da República.
O projeto prevê ainda que o presidente da República submeterá ao Congresso uma detalhada programação monetária a cada três meses, com projeções para o trimestre seguinte.
"A comissão terá a tarefa de monitorar o Banco Central, para não deixar correr solto", resumiu o senador Ney Suassuna (PMDB-PB), relator do projeto. O projeto é a consequência das queixas quase crônicas dos parlamentares contra a ação do BC, aquecidas pela recente acordo para devolver o Banespa ao governo do Estado de São Paulo.
"Há uma união do PFL e do PMDB (os dois maiores partidos do Congresso) contra o BC", disse Suassuna. "Não é briga contra o Gustavo Loyola, o problema é que a cada piscada de luz no BC, R$ 5 bilhões se evaporam."
Queixas
Ontem foi mais um dia de queixas dos senadores contra a administração do BC. As críticas têm motivos variados. Ou porque o BC demora a reconhecer quando uma instituição financeira vai mal, ou porque ajuda a salvar bancos com dinheiro público. Às vezes é movida pelos juros altos. Outras vezes, o motivo é a insatisfação dos exportadores com a cotação do dólar.

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