São Paulo, quinta-feira, 25 de janeiro de 1996
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Kuching é uma praia distante do mar

MANOEL DIRCEU MARTINS
FREE-LANCE PARA A FOLHA, DA MALÁSIA

Kuching, a capital do Estado de Sarawak, a pouco mais de uma hora de avião de Cingapura, é uma agradável surpresa às margens do barrento rio Sungai Sarawak.
O passeio da orla direita foi reurbanizado em 1994 e ganhou um certo ar de litoral, apesar de ficar a 3 km do mar, e está atraindo mais turistas.
Vários hotéis de classe internacional se estabeleceram por trás da coluna de palmeiras que acompanha mais de 800 m de calçadão.
As agências de turismo da orla oferecem passeios de barco que sobem o rio e entram no território dos nativos. Os mais famosos são os "caçadores de cabeças", que decapitavam seus adversários vencidos até a prática ser proibida, no século passado. Ainda hoje, as cabeças decepadas estão penduradas nas varandas, sempre sobre uma fogueira que espanta os espíritos.
Para atingir as habitações típicas das tribos iban, orang ulu e bidayuh, conhecidas como "casas longas", é necessário uma excursão de pelo menos dois dias.
Algumas "casas longas" abrigam até 200 pessoas sob o mesmo teto. O passeio com pouso e refeições no barco custam a partir de US$ 150, na "Borneo Adventure Co.", no Bazar Principal.
Uma ótima alternativa para quem tem pouco tempo é visitar a "Cultural Village", um projeto de museu vivo que deu certo, a 34 km de Kuching, ao lado do Holiday Inn na praia de Damai.
Os dez principais grupos étnicos da parte malasiana de Bornéo são apresentados pelos próprios nativos, em cabanas e habitações originais.
Para os partidários do turismo de profundidade, o ponto alto do Estado é a caverna Mulu, descoberta em 1958 no Parque Nacional Niah, a 600 km de Kuching. A cavidade principal tem a maior entrada de caverna do mundo. Mede 11 hectares, no total.
As cavernas interiores servem hoje de casa para milhões de morcegos, que deixam seus aposentos todos de uma vez, em ujm espetáculo aéreo ao cair da tardinha.
Por US$ 1, barqueiros transportam turistas da aldeia de Batu Niah até o quartel-general do parque, onde é preciso se registrar.
A taxa de admissão custa US$ 3, (câmeras fotográficas pagam US$ 2 extras). A partir dali não tem mais moleza: uma passarela de madeira de 3 km atravessa a densa floresta tropical, que precisa ser feita necessariamente a pé.
A partir dali não tem mais moleza: uma passarela de madeira de 3 km atravessa a densa floresta tropical, que precisa ser feita necessariamente a pé.
A aldeia de Batu Niah oferece acomodações em conta, em torno dos US$ 5 por pessoa.
Em Bintulu, 100 km rumo ao mar, há hotéis maiores e melhor equipados.

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