São Paulo, quinta-feira, 25 de janeiro de 1996 |
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Chapada Diamantina ainda é terra sem lei
ROBERTO LINSKER
Após dez anos de vigência apenas no papel, o parque apresenta inúmeros problemas decorrentes da falta de regulamentação e da inexistência de fiscalização. Queimadas destroem regularmente extensas áreas, destruindo matas primárias de demorada regeneração, o gado pasta tranquilamente nos domínios federais e o garimpo mecanizado destrói impunemente leitos de rios e matas dentro e nas imediações do parque. O domínio geomorfológico da Chapada Diamantina é rico em formações rochosas espetaculares e profuso em cachoeiras e rios. Essa é uma das razões que propiciam o afluxo à região de ecoturistas e amantes do trekking, que encontram nela todos os ingredientes para realizar sua aventura: longas caminhadas, cavernas, florestas, banhos de rio, vilarejos esquecidos pelo tempo e um contexto antropológico rico em história. O povoamento da região teve início com a descoberta de ouro no século 17. No século 19, os diamantes substituíram o metal e tornaram Lençóis a segunda cidade em importância na Bahia, perdendo somente para a capital, Salvador. Os contrafortes da serra do Sincorá foram garimpados exaustivamente, e, como resultado, a região carrega o nome pelo qual hoje é conhecida: Diamantina. Mas, como tudo acaba, o diamante também acabou. Desse ciclo restaram ruínas de um passado que beira o romantismo. Andaraí, Mucugê, Igatu, Guiné, Lençóis, todas essas cidades representam ainda hoje a imagem de um passado brilhante que hoje somente as águas límpidas da chapada conseguem espelhar. Texto Anterior: Integrantes da expedição descem pela cachoeira da Fumaça Próximo Texto: Pacotes oferecem aventuras Índice |
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