São Paulo, sexta-feira, 26 de janeiro de 1996
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Equipes são dirigidas por 'legião estrangeira'

MÁRIO MOREIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Técnico de casa não faz milagre, pelo menos em São Paulo. Somente um dos principais clubes, o Santos, apostou num treinador nascido no Estado -Candinho- para tentar o título em 96.
Os outros acreditaram mais em profissionais oriundos de outras unidades da federação -os mineiros Telê Santana, no São Paulo, e Eduardo Amorim, no Corinthians, o fluminense Wanderley Luxemburgo, no Palmeiras, e o gaúcho Valdir Espinosa, na Portuguesa.
Apesar disso, Candinho não vê desprestígio dos técnicos paulistas. "É uma questão de oportunidade. Isso mostra que o mercado de São Paulo é o mais atraente e o que recebe melhor os profissionais de outros Estados."
Para Espinosa, a origem do técnico não é importante. "Como treinadores, deixamos de ser paulistas, mineiros, gaúchos ou cariocas e nos adaptamos à característica do local onde estamos."
"Mas todos esses Estados têm ótimos profissionais, que venceram em outros lugares. O Rubens Minelli é paulista e foi bicampeão brasileiro pelo Inter. O Oswaldo Brandão era gaúcho e foi campeão várias vezes em São Paulo."
Na opinião de Luxemburgo, a escassez de paulistas não é uma questão de competência: "O que há é muita rotatividade". Segundo ele, São Paulo oferece uma estrutura "um pouco melhor" para o técnico do que os outros Estados.
Segundo Amorim, trabalhar em São Paulo é o maior desafio de um treinador no Brasil. "Todo dia você tem que provar sua capacidade. Se eu tivesse começado em Minas, seria muito mais fácil."
Os próprios dirigentes não sabem o motivo da preferência por técnicos "estrangeiros". "Acho que é coincidência", diz o vice-presidente de futebol do Palmeiras, Seraphim Del Grande.
"Se só contasse o lado da facilidade, haveria mais técnicos paulistas. Os clubes não teriam que pagar moradia para eles."
(MMo)

Colaborou a Agência Folha

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