São Paulo, sexta-feira, 26 de janeiro de 1996
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Festa custou R$ 2,85 milhões

DA SUCURSAL DO RIO

O réveillon na praia de Copacabana custou R$ 2,85 milhões, segundo informações da Riotur, empresa municipal de turismo responsável pela festa.
Desse valor, a Pepsi-Cola entrou com R$ 776 mil, e a Petrobrás, com R$ 500 mil, como patrocínio.
O juiz da 4ª Vara de Fazenda do Rio, Ademir Paulo Pimentel, quer que a Riotur esclareça porque os recibos dos patrocinadores não constam dos documentos enviados pela empresa para o processo que ele julga sobre a festa.
Segundo o diretor de administração da Riotur, Cezar Scorzelli, a Pepsi deu diretamente à Promoter Marketing e Promoções R$ 447 mil e à ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis), R$ 135 mil. O restante entrou "no bolo" para o pagamento das despesas, segundo o diretor.
"Hoje é muito fácil dizer que faz mais barato, mas é claro que para trabalhar no réveillon todo mundo cobra mais caro. É o mercado", disse Scorzelli.
O maior gasto da festa foi com a infra-estrutura, que estava a cargo da Promoter. A empresa recebeu R$ 1,23 milhão, dos quais, R$ 783 mil saíram sem licitação dos cofres da prefeitura.
Os artistas receberam R$ 1,01 milhão, segundo Scorzelli. Os seis principais (Milton Nascimento, Gal Costa, Chico Buarque, Gilberto Gil e Paulinho da Viola) receberam R$ 640 mil.
Também sem licitação, a Riotur entregou R$ 332 mil à ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis) para fazer o show de fogos de artifícios, montar telões e torres de som na praia.
Segundo o presidente da Riotur, Marcelo Siqueira, a licitação é dispensável por se tratar de uma associação. "Quando se quer contratar uma banda e se contrata a associação de bandas não precisa de licitação."
Ao ser lembrado que a ABIH é uma associação hoteleira, Siqueira disse que a festa de réveillon foi boa para todos os hotéis de Copacabana, ou "há dúvidas de que até o menor hotel se beneficiou?".
Álvaro de Mello, diretor da ABIH, disse que a prefeitura optou por passar os recursos para a entidade para não ficar "engessada" por causa da obrigatoriedade da concorrência.
Segundo Bezerra de Mello, a "parceria" entre prefeitura e hotéis para fazer os fogos ocorre todos os anos, mas desta vez, a prefeitura entrou com uma parte maior dos recursos. Ele disse não saber os valores.

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