São Paulo, sexta-feira, 26 de janeiro de 1996
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Maluf diz que médicos anti-PAS são 'vagabundos'

CLAUDIO AUGUSTO ROGERIO WASSERMANN

CLAUDIO AUGUSTO; ROGERIO WASSERMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

O prefeito Paulo Maluf (PPB) criticou ontem os médicos que se opõem ao PAS (Plano de Atendimento à Saúde).
Ele disse que os opositores do plano são vagabundos. "A liminar é absurda e nos impediu de trabalhar", afirmou Maluf, referindo-se à decisão do Tribunal de Justiça que suspendeu anteontem a implantação do PAS. Leia trechos da entrevista.
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Pergunta - Qual será a atitude em relação à liminar?
Paulo Maluf - A liminar é uma medida provisória. O PAS foi feito para atender o pobre. A liminar que barra a implantação imediata do PAS é contra o pobre.
Pergunta - Os funcionários que foram afastados por não aderir ao PAS vão voltar?
Maluf - Todo funcionário público que presta concurso em São Paulo é para trabalhar em toda a cidade. Ninguém foi transferido, a não ser por necessidade de serviço.
Pergunta - O senhor pretende ir até o Supremo?
Maluf - Eu li o questionamento feito pelo advogado dos médicos que não querem trabalhar. É um documento pífio, de poucas linhas e mentiroso. Eu tenho certeza que isso, quando for visto no seu mérito, vai ser derrubado pelo próprio Tribunal de Justiça.
Pergunta - Quem será culpado pelo mau atendimento?
Maluf - Os problemas que acontecerem são de responsabilidade do Sindicato dos Médicos. São de responsabilidade, em última análise, da liminar que nos impediu de trabalhar. Se alguém ficar cinco horas nos postos de saúde, eu peço desculpas. O corporativismo venceu nesse caso.
Pergunta - Vai ser possível implantar o PAS na sua gestão?
Maluf - Os médicos vagabundos, os médicos que praticavam omissão de socorro é que querem continuar a luta contra os pobres. Vamos tentar convencer os senhores desembargadores de que essa decisão é absurda.

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