São Paulo, sexta-feira, 26 de janeiro de 1996 |
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Internet salva seriados jovens da mesmice
MARCELO DE SOUZA
Quem acompanhar o seriado "The Spot" -que conta a história de cinco jovens bonitos e saudáveis, moradores de uma casa à beira da praia- vai poder dar palpite na vida dos personagens. O seriado, produzido inicialmente a um custo de U$ 1 milhão pela agência de publicidade americana Fattal & Collins, leva a interatividade a sério. Colocada na rede pela primeira vez em junho do ano passado, "The Spot" conta atualmente com 150 mil "visitantes" por dia, que através de e-mail (correspondência via computador) podem alterar os rumos do enredo. Em julho passado, um espectador quis testar a seriedade da interação e enviou uma mensagem pedindo que uma das personagens aparecesse de biquíni, comendo morangos. Dias depois, estava lá a foto da garota, tal e qual encomendada por ele. Assim como atraiu uma legião de fãs (há camisetas, bonés e festas itinerantes com a marca do seriado), "The Spot" atraiu também um "concorrente". A série "The Squat" entrou na Internet um mês depois com o objetivo de destruir a vida glamourizada mostrada em "The Spot". O formato usado é o mesmo: quatro jovens dividem a mesma casa, contam suas histórias e pedem a opinião dos espectadores. A graça do seriado, no entanto, está na paródia que faz de "The Spot". Os quatro amigos de "The Squat" são pobres e endividados, trabalham em subempregos e dividem o aluguel de um trailer caindo aos pedaços. "The Squat" não chega a atrair tantos "visitantes" para suas páginas -cerca de 30 mil por dia-, mas agrada até aos fãs da série original. "The Spot" é o seriado mais bem-cuidado da Internet. Têm patrocinadores do porte de Honda e de Hugo Boss -que trazem suas propagandas interativas nas páginas dos personagens. Quem quiser, e tiver os softwares (programas) adequados, poderá até ver algumas cenas em vídeo ou ouvir diálogos dos personagens. Estes recursos, no entanto, demoram muito para serem "carregados" no computador. Mas vive-se muito bem sem eles. Em "The Spot" cada personagem tem uma página diária, ou quase diária, na qual contam suas histórias. Todas estas páginas são ilustradas com fotos das cenas narradas e dos personagens citados. Quem acessar o seriado pela primeira vez, não precisa se preocupar com os capítulos perdidos. O "site" (endereço) cuida de fazer uma retrospectiva de todos os episódios apresentados -o que também livra o espectador de ter que acompanhar a história diariamente. Um outro recurso lista os melhores momentos da série desde que entrou na rede. É possível passear por álbuns de fotografias e considerações dos personagens sobre filmes, livros, dietas e outros assuntos que fazem parte de seus mundos dourados. Os produtores de "The Spot" tiveram o cuidado de inserir na trama um mistério (leia texto abaixo), para que a série fosse além das preocupações adolescentes. Um "link" leva o usuário a um índice com todas as lendas em torno da história. Os endereços dos seriados na Internet são: "The Spot" (http://www.thespot.com) e "The Squat" (http://theory.physics.missouri.edu/~georges/Josh/squat) Texto Anterior: Política lança esconde-esconde ideológico Próximo Texto: 'The Spot' tem morte misteriosa Índice |
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