São Paulo, sábado, 27 de janeiro de 1996
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Incra cede 8.700 hectares para MST gaúcho; sem-terra desocupam áreas

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O acordo firmado entre o Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e a coordenação gaúcha do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) fixa 11 itens de compromissos ao primeiro e 2 ao segundo.
O principal signatário do acordo assinado na noite de anteontem, em Porto Alegre (RS), é o presidente interino do Incra, Raul do Valle. Ele se comprometeu a liberar 8.700 hectares para assentamentos no Estado.
Serão liberados 1.396 hectares para "assentamento imediato" e o restante em cerca de 40 dias.
Graças ao acordo, as 700 famílias que haviam invadido a fazenda Santo Antão, em Júlio de Castilhos, deixaram a área ontem e os 4.000 agricultores acampados na fazenda do Salso, em Palmeira das Missões, vão sair do local.
No documento, o Incra se compromete, entre outros itens, a estabelecer um cronograma de assentamento, cadastrar novas famílias de sem-terra, tentar a inclusão das novas famílias no programa Comunidade Solidária e recompor o quadro de funcionários da superintendência regional do órgão.
Os sem-terra, que consideraram o acordo uma vitória, assumiram o compromisso de desocupar as fazendas Santo Antão e do Salso e não promover novas invasões enquanto o acordo estiver em vigor.
Raul do Valle, que passou dois dias em Porto Alegre negociando com os sem-terra, condenou a prisão dos sem-terra no Pontal do Paranapanema, medida que, segundo ele, prejudica a atuação do Incra.

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