São Paulo, sábado, 27 de janeiro de 1996
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Fazendeiro diz que é um 'alívio'

LUIZ MALAVOLTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE

O vice-presidente do Sindicato Rural de Presidente Prudente, Célio Romero de Souza, 41, disse ontem que a decretação das prisões dos líderes dos sem terra no Pontal do Paranapanema "traz um alívio". Segundo ele, os líderes dos sem-terra vêm comandando as ações na região do Pontal "num flagrante desrespeito às leis e às instituições".
"O movimento dos sem-terra vinha desenvolvendo ações que em nada se pareciam com um movimento organizado, com ordem e respeito à lei", disse.
Segundo Souza, a decisão da Justiça "foi uma providência que a população vinha cobrando. Era preciso se tomar uma atitude contra o desrespeito às leis", afirmou.
Para Souza, que atua como "porta-voz" dos fazendeiros do Pontal que estão tendo suas propriedades invadidas, o MST seria hoje um "movimento político".
"A coordenação do MST tem esquema muito bem-organizado, estruturado, conhece a lei como funciona e tem a preocupação de fazer invasões nos aspectos fracos da lei para dificultar a caracterização de crime", afirmou. Segundo o fazendeiro, o MST dispõe em seus quadros com "advogados muito bem-remunerados" para "desmontar as acusações".
"As pessoas têm de entender que o MST não é um movimento de coitadinhos, de pessoas carentes. Existe uma massa de manobra, integrada por pessoas desinformadas e despreparadas iludidas pelo MST, mas que não lideram nada", afirmou.

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