São Paulo, sábado, 27 de janeiro de 1996
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ONGs querem barrar empréstimo do Banco Mundial para o Brasil

EMANUEL NERI
DA REPORTAGEM LOCAL

Um empréstimo de US$ 4,5 milhões do Banco Mundial é o segundo alvo de entidades de defesa dos índios contra o decreto do presidente Fernando Henrique Cardoso que permite mudanças em demarcações de terras indígenas.
Os índios suruís, de Rondônia, se reuniram esta semana com uma equipe do Banco Mundial, em Porto Velho, e pediram a suspensão do empréstimo para o Projeto Planafloro, para programas ambientais e demarcações indígenas.
O Planafloro prevê a demarcação de 14 áreas indígenas em Rondônia. Os indígenas querem que o empréstimo seja suspenso enquanto o governo não revogar o decreto que alterou as demarcações de seus territórios.
O outro alvo dos indígenas e das ONGs (organizações não-governamentais) que atuam nessa área é uma doação de US$ 20 milhões do governo alemão para demarcações de terras indígenas. A Alemanha é o país que mais financia projetos indígenas no país.
Na última segunda-feira, indígenas foram recebidos pelo embaixador alemão no Brasil, Claus-Juergen Duisberg, e entregaram carta endereçada ao primeiro-ministro alemão, Helmut Kohl.
Os indígenas também pedem uma audiência com Kohl. Eles querem ir à Alemanha para pedir a suspensão do financiamento. Mas o embaixador da Alemanha disse que dificilmente isso ocorrerá.
O total de financiamento é US$ 22 milhões -US$ 20 milhões da Alemanha e US$ 2 milhões do Banco Mundial. Para suspender o financiamento, os indígenas alegam que ele pode servir para demarcar áreas que posteriormente podem ser revistas. O embaixador alemão diz que o dinheiro atenderá áreas que não corram tal risco.

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