São Paulo, sábado, 27 de janeiro de 1996 |
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Teleconfusões Seria minimanente razoável e um ato de respeito ao contribuinte se a gestão de matérias que envolvem dinheiro público fosse conduzida com transparência. A emenda que retira toda a verba de algumas das maiores companhias estaduais para investimento em telefonia celular mostra que há muita coisa a ser esclarecida nas telecomunicações. Não parece convincente o argumento do autor da emenda, deputado Beto Mansur (PPB-SP), de que o sistema celular deveria estar a cargo da iniciativa privada, e ao governo caberia os serviços básicos. Por que todos os serviços envolvidos não poderiam ser oferecidos pelos setores privado e público? Afinal, o propósito da flexibilização do monopólio não é que os serviços oferecidos à população se dêem através da livre concorrência? A reação contrária do ministro das Telecomunicações com base no raciocínio de que a emenda favorece as empresas privadas interessadas na exploração do setor também não deixa claros os objetivos do governo. Diante da terrível situação de carência de grande parte da população brasileira o controle da telefonia, certamente, não é a prioridade do Estado. Não seria melhor, por exemplo, que a administração das bandas A e B da telefonia celular estivesse sob as mãos do setor privado, e o Estado se dedicasse mais à melhoria dos sistemas públicos de saúde, educação e segurança, seus fins precípuos? Os interesses envolvidos correspondem a bilhões de dólares. A clareza dos procedimentos, nesse caso, é uma providência indispensável para que a atual confusão de informações não redunde em mais um escândalo nacional. Texto Anterior: Retrocesso retroativo Próximo Texto: Bilhões sob cerração Índice |
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