São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 1996
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Governo criou fórum para apoiar Vicentinho

Votação da reforma da Previdência deve durar três dias

LUCAS FIGUEIREDO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Para evitar que fosse por água abaixo, o acordo da Previdência, fechado entre o governo e centrais sindicais, passou a semana em banho-maria.
As resistências de parlamentares da oposição forçaram o presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, a articular a criação de um fórum parlamentar para debater o assunto.
A principal função do fórum, no entanto, deve ser a de apoiar o desgastado Vicentinho e não a de promover alterações no acordo -cujo ponto principal é a aposentadoria por tempo de serviço (35 anos para homens e 30 para mulheres).
Esse foi o recado dado pelo ministro da Previdência, Reinhold Stephanes, na quinta-feira. "Podemos ver outros aspectos e detalhes, mas não vamos rediscutir coisas que foram decididas."
A pressão sobre Vicentinho vinda da CUT e de parlamentares da oposição fizeram o líder sindical ameaçar sair da central caso fosse forçado a recuar.
"Em momento nenhum permitirei que a minha palavra seja quebrada", disse, na sexta-feira.
Com se previra, o fórum não avançou na negociação para votação da reforma da Previdência. O governo decidiu então iniciar o processo de votação, na Câmara, na próxima terça-feira.
O presidente da comissão especial que analisa a emenda constitucional de reforma da Previdência, Jair Soares (PFL-RS), afirmou que a votação da proposta deve demorar, no mínimo, três dias.
Segundo ele, para a votação terminar em três dias serão necessárias reuniões com duração de oito horas. O principal complicador devem ser as votações de destaques em separado.

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