São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Casos de insônia aumentam com o calor

JAIRO BOUER
ESPECIAL PARA A FOLHA

O calor das últimas semanas está deixando muita gente acordada durante a noite -os extremos de temperatura são um dos fatores que alteram a estrutura do sono.
A "insônia do verão" pode se manifestar como uma demora para adormecer ou como um padrão de sono que faz a pessoa acordar várias vezes durante a noite.
Esse tipo de insônia não atinge todo mundo. Algumas pessoas são mais sensíveis às elevações da temperatura do que outras.
Stella Tavares, médica do sono do Hospital das Clínicas da USP e do Hospital Israelita Albert Einstein, explica que existem alguns recursos para tentar contornar essa situação. A medida mais corriqueira -amenizar a temperatura do ambiente com ventilador ou ar-condicionado- nem sempre alcança bons resultados.
Nos casos mais graves -em que a pessoa começa a apresentar uma queda significativa do seu rendimento durante o dia-, o médico pode optar pelo uso, por tempo limitado, de remédios que induzem o sono (hipnóticos).
Segundo Stella, o mais importante é que a pessoa não se preocupe muito com o fato de estar tendo dificuldades para dormir -esse tipo de comportamento pode levar a uma insônia crônica.
Quem sofre com o calor deve estar consciente de que a "insônia do verão" está limitada a esse período do ano e que o sono volta a se normalizar assim que o termômetro começa a baixar.
O frio excessivo -o outro extremo de temperatura- também altera a estrutura do sono. A diferença é que no inverno existem mais recursos (como roupas quentes e cobertores) para corrigir esse fator externo.
Não existe uma receita que garanta uma noite tranquila para todas as pessoas.
Stella diz que cada um deve aprender a evitar as situações que habitualmente atrapalham o seu sono noturno. Um exemplo típico é o tradicional "cochilo".
Algumas pessoas podem cochilar à tarde e não ter qualquer problema de insônia. Outras podem passar a noite em claro se repousarem algumas horas durante o dia.
O consumo de substâncias estimulantes (café e cigarro), exercícios físicos pesados ou atividades que geram ansiedade são outros exemplos comuns das situações que deveriam ser evitadas à noite por algumas pessoas.
Ir para cama com estômago vazio também pode atrapalhar. A fome aumenta a reação de alerta do organismo e dificulta o sono.
O ideal é que a pessoa mantenha um horário regular para dormir e para acordar. Dessa forma, o organismo fica mais "ajustado".
Também não há um padrão único para o número de horas que devem ser dormidas. Cada um tem uma necessidade de horas de sono, que varia ao longo da vida.

Texto Anterior: Música popular adere à onda de sexo explícito
Próximo Texto: Diagnóstico é realizado em laboratórios de hospitais
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.