São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 1996
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Analistas prevêem explosão comercial

DA FOLHA ONLINE (UNIVERSO ONLINE)

Consumo nos EUA foi de US$ 132 mi
Os analistas norte-americanos prevêem um crescimento explosivo do comércio na Internet até 97. De acordo com o instituto de pesquisas Júpiter, 8 milhões de pessoas gastaram US$ 132 milhões em compras nos EUA em 95.
Isso é considerado pouco no mercado norte-americano, onde a receita total de "home shopping" (incluindo catálogos, telemarketing etc.) foi de US$ 57 milhões em 95.
Para John McCarthy, da Forrester Research (uma das mais conceituadas empresas de pesquisas em tecnologia), um dos grandes obstáculos ao shopping eletrônico é que os homens usam mais a Internet, mas as grandes consumidoras são as mulheres. "Não há conteúdo dirigido a mulheres na Internet ainda", diz ele.
Segundo pesquisa conduzida no ano passado pela Nielsen, 66% dos usuários da Internet são homens e estes são responsáveis por 77% do uso da rede. Não só há mais homens, como eles usam mais a rede. A Nielsen é o maior instituto de pesquisas de TV dos EUA. Esta foi sua primeira avaliação da Internet.
Por outro lado, ainda segundo o Júpiter, o público da Internet nos EUA é muito atraente, já que 25% ganham mais de US$ 80 mil por ano.
O Projeto 2000, endereço acadêmico destinado exclusivamente ao estudo do comércio na Internet, divide em seis categorias as "lojas" na rede: o balcão virtual (simula uma loja), a presença (anúncio, texto institucional), conteúdo (base de dados que pode ser consultada mediante uma taxa), o shopping center (coleção de balcões virtuais).
Estes quatro seguem modelos já existentes em outros meios. Os dois modelos peculiares à Internet são o endereço de incentivo e o agente de procura.
O endereço de incentivo oferece um serviço gratuitamente, para atrair o consumidor para um endereço comercial. Um exemplo é o Open Market, endereço que realiza pesquisas na Internet, somente em endereços comerciais.
O agente de busca é o mais interessante de todos. Um exemplo é o Bargain Finder, desenvolvido pela empresa de consultoria Andersen Consulting para demonstrar as potencialidades desse tipo de recurso.
O Bargain Finder faz cotações de preços de discos. O usuário coloca o nome do disco e ele procura seu preço em nove lojas. Muito útil para o consumidor, esse mecanismo incomoda as lojas. Algumas bloquearam o acesso do Bargain Finder à sua base de dados.
Existem agentes semelhantes que fazem cotação de preço de passagens aéreas, por exemplo.
Outro tipo de agente que está sendo pesquisado faz recomendações de compras.
O Firefly se alimentado com dados sobre as preferências musicais do usuário, recomenda discos baseado em perfis semelhantes que encontra em seu banco de dados. O "The Similarities Engineïï (máquina de semelhançasïï) funciona de forma similar.
Estes agentes são exemplos de dispositivos comerciais nativos da Internet, que só funcionam no contexto da rede. A loja de discos na Internet CDNow já incorpora um mecanismo de recomendação desse tipo.
O MIT (Massachussetts Institute of Technology) também realiza algumas experiências com programas de recomendação. Seu primeiro protótipo, o Ringo, foi substituído por um software chamado Homr.
A idéia é que estes programas, num estágio mais comercial, sirvam para que as empresas possam planejar melhor o marketing, divulgando determinados produtos para os consumidores que têm mais possibilidades de se identificar com eles. A mesma base de dados que recomenda discos para o cliente serve como mala direta para a empresa.

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