São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 1996
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Itália oferece sucesso tardio

SÍLVIO LANCELLOTTI
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

George Weah é um caso tardio de revelação. Ao receber da revista "France Football" a Bola de Ouro de 95, já ostentava 29 anos de idade e 11 como profissional, 8 deles longe da Libéria.
Por que tal fenômeno? Weah não tem culpa do fato. Passou sete temporadas na França. Pelo Monaco, disputou 103 pelejas e anotou 47 tentos. Pelo Paris SG, em 96 partidas, realizou 32 gols.
A Itália não se interessou antes por Weah em função de um preconceito -não racial. Mas de uma dúvida conceitual: até recentemente a Itália ignorou a África por desconfiar do temperamento dos seus craques.
Durante a Copa de 90, Luciano Moggi, que montou o time do Napoli, campeão em 87 e 90, me contou que, apesar do sucesso de Camarões no torneio, dificilmente qualquer clube peninsular contraria os seus astros. A razão: o choque cultural.
Alojados em Bisceglie, num hotel das redondezas de Bari, os camaroneses não resistiram aos prazeres da piscina, à descoberta da macarronada e ao vinho espumante e geladinho do lugar.
Weah se tornou aceitável após estagiar na França e lá provar a sua compostura.
Tem dois filhos e um temperamento caseiro. Adora fazer seus pratos, como um ensopado apimentadíssimo de galinha em molho de banana e amendoim. E, em inglês, lê obras de política e de sociologia.

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