São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 1996
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Rejeitados planos para 'salvar' estádios de SP

MARCELO DAMATO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os projetos de reformas dos estádios de São Paulo, apresentados nos últimos dias de prazo, têm características de farsa, segundo avaliação de órgão da Prefeitura.
"Em pelo menos um, é visível a disposição dos clubes em apenas evitar a punição", disse Carlos Alberto Venturelli, diretor do Contru, o Departamento de Controle do Uso de Imóveis.
A entrega do projeto, até terça-feira passada, era exigência de portaria da Secretaria de Habitação que determina que os estádios se tornem mais seguros e confortáveis. Quem não tivesse entregado, teria o estádio interditado.
Os projetos do Morumbi, Parque Antarctica, Parque São Jorge e Canindé foram entregues no último dia do prazo. O Juventus levou o seu com um dia de atraso, com permissão da secretaria.
Os projetos dos estádios do Nacional, USP e Ibirapuera não foram entregues, segundo informação do Contru.
Na quarta-feira, Venturelli fez reunião com os clubes donos dos estádios paulistanos na sede da FPF e acertou que a setorização e numeração dos lugares será feita até o início de março.
Segundo o Contru, o único projeto dentro da exigências é o do Pacaembu.
O Juventus protocolou apenas uma carta em que afirma já possuir alvará e não precisa fazer a reforma. "Isso não tem o menor cabimento. O alvará é de janeiro de 1995, e a portaria, de agosto."
A Portuguesa enviou três plantas do estádio, todas iguais, sem nenhuma indicação das obras que precisam ser feitas.
Palmeiras e São Paulo apresentaram as plantas das reformas já previstas: a cobertura do Parque Antarctica e o Morumbi 2001.
O Palmeiras prevê início das obras do Parque Antarctica apenas em junho. O vice-presidente José Cyrillo Jr., que lidera a reforma, declarou que não vai terminá-las até o final do ano, como exige a portaria, por falta de dinheiro.
O São Paulo promete cumprir a portaria, mas no projeto apresentado não constam nem o cronograma, nem algumas obras -apenas plantas do estádio no megaprojeto Morumbi 2001.
O plano do Corinthians também é incompleto. O cronograma -sete linhas datilografadas- é formado apenas pelos prazos de entrega das obras. Vários itens são dados como completos.
O clube diz, por exemplo, que o Parque São Jorge possui equipamento para monitorar as estruturas do estádio.

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