São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 1996 |
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Beduínos vêem frutos da paz
CLÓVIS ROSSI
Seria uma operação de rotina para essa grande companhia, não fosse o fato de que a loja, a Markol HaNegev, será operada pelos beduínos, no sistema de franquia. É o primeiro empreendimento do gênero a ser tocado por esses árabes, nômades mais acostumados ao deserto do que aos negócios. O Oriente Médio é o habitat de algumas das sociedades com maior fama de bons e astutos comerciantes. Como negócios e instabilidade política não dão boa mistura, é compreensível que haja um incentivo adicional para que seja firmada a paz. Países árabes mantêm um embargo à importações de produtos israelenses, com a exceção, recente, de Egito e Jordânia. Não obstante, o ministro do Exterior do Qatar, Hamad bin Jassem al Thani, calcula que Israel venda mais de US$ 2 bilhões ao ano para tais países. Como? Simples: a produção israelense é embarcada para Chipre. Lá o "made in Israel" é trocado por outro carimbo qualquer e chega sem problemas aos países inimigos do Estado judeu. Consolidada a paz, a triangulação seria dispensável, com vantagens para todos. Intermediários eliminados, Israel poderia vender mais, a um preço mais acessível. (CR) Texto Anterior: Acordo de paz com a Síria é chave para região Índice |
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