São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 1996
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a vez do Volvo

marca sueca desbanca Audi e BMW na preferência da classe A
O trono já foi da BMW. Depois, a Audi reinou. Agora, a Volvo chegou com tudo para conquistar o coração exigente dos adoradores brasileiros de carros importados de luxo.
Em 1995, de acordo com números da Associação Brasileira dos Importadores de Veículos Automotores, os carrões fabricados na Suécia conseguiram, em relação a 1994, a maior taxa de crescimento em vendas no Brasil nesse setor: 137%. A Audi orgulha-se de seus 108%, enquanto as antes imbatíveis BMWs registraram um recuo de 17%.
Executivos da Vocal e da GNN, concessionárias da Volvo na região da capital paulista, dizem que foi difícil atender a demanda, que atingiu 1.308 carros no Brasil no ano passado, contra 3.072 da Audi e 2.915 BMWs.
Os loucos por Volvo são, em geral, empresários e executivos bem-sucedidos, como Gil Farah (um dos proprietários do bar Cabral), Eduardo Strumpf (Formatex) e Manoel Pires da Costa (BMF).
Olacir de Moares, do grupo Itamarati, tem quatro. Leon Kasinski, da Cofap, sete. Juntam-se a eles o jornalista Joelmir Beting e a cantora Sula Miranda, gente que pode pagar entre US$ 48 mil e US$ 95 mil pelo carro.
Ao contrário do que sugerem as linhas quadradonas e austeras, ou justamente por isso, o Volvo chama polêmica. Quem ama levanta os tradicionais argumentos de durabilidade e segurança do produto e de respeito ao consumidor.
Há quem odeie, como lembra o fotógrafo Tuca Reinés, proprietário e "volvista" inveterado: "Essa gente, em geral, não tem estilo. Acham que eu sou louco de andar com 'isso', que parece um caixão de defunto, um táxi, um monte de lata".
O recuperador de empresas em dificuldades Cláudio Galeazzi, 55, diz que já reservou dois carros da série 96: "Escolhi porque é discreto, conservador, como eu. Tenho um carro de Primeiro Mundo, mas sem que isso chame a atenção", declara Galeazzi no estilo carteira cheia e "low profile" característico de quem procura a marca.
A Revista fez um test-drive do Volvo com o manobrista Gilmar Cosme, da rede de estacionamentos Master. Cosme dirigiu uma perua turbo 859T5R, com preço de tabela de US$ 95 mil, no shopping Morumbi (zona sul de São Paulo), onde trabalha diariamente. Sua opinião: "Boa dirigibilidade, ótima frenagem, macio, ampla visão, muito conforto. Mas, pessoalmente, prefiro o estilo da BMW". Ou seja, tudo o que a Volvo queria.

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