São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 1996 |
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MTV decepciona órfãos da Globo
MARISA ADÁN GIL
Depois de herdar da Rede Globo os direitos de transmissão do Hollywood Rock, a MTV tomou uma decisão infeliz. Nos três dias de festival em São Paulo, mesclou clipes das bandas "do dia" com flashes ao vivo do Pacaembu. A transmissão completa dos shows ficou para a semana seguinte, direto do Rio. Ninguém fez a pergunta básica: quem aguenta assistir durante seis horas a clipes das mesmas quatro (ou cinco) bandas? Os flashes foram um caso à parte. Ficou provado que a emissora não tem estrutura para coberturas ao vivo. Deu saudade do profissionalismo da Globo: foi um festival de entradas erradas, gente passando na frente da câmera etc. A emissora tentou compensar oferecendo uma visão "de dentro", sem o oba-oba vazio das coberturas globais. Foi onde se saiu melhor: a última fofoca da banda, dados históricos, mudanças de formação, tudo estava lá, nos textos de estúdio ou nas entrevistas de camarim. Nessas, o destaque foi Fábio Massari, o mais letrado da turma -e único a abandonar o ar de deslumbrado diante dos roqueiros. O pior foram as entrevistas com o público. Constrangido, o VJ Edgard repetiu à exaustão o refrão que-show-você-quer-ver. Insuportável. A MTV perdeu uma grande oportunidade de mostrar que pode herdar os órfãos da Globo (para quem rock é Michael Jackson). Dos males o menor: pelo menos, não teve Maurício Kubrusly. Texto Anterior: O espírito da coisa Índice |
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