São Paulo, domingo, 28 de janeiro de 1996
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Proprietários reclamam das fábricas

DA REPORTAGEM LOCAL

Proprietários de carros das marcas instaladas no Brasil reclamam do setor de atendimento ao cliente.
Segundo o advogado Paulo Ricardo Napoli Raymundo, há infiltração de água acima dos pedais de seu Corsa. Ele conseguiu que outro Corsa, 94, com o mesmo defeito, fosse trocado pela fábrica.
No serviço de atendimento a clientes, não conseguiu resposta satisfatória, decidindo escrever à vice-presidência da Chevrolet. Agora, o atendimento a cliente marcou uma visita à rede Chevrolet para averiguação do problema.
Edson Nishimaki, 39, comprou um Ford Royale GL 2.0 na revenda Ferrini. Depois de quatro meses, o tampão do porta-malas começou a apresentar trincas.
Como a entrega da peça -encomendada na própria concessionária- demorou, resolveu ligar para o serviço de atendimento ao consumidor, que prometeu solução para o problema em 15 dias.
Passado esse tempo, voltou a ligar -a peça não havia chegado. Na terceira ligação, depois de mais 15 dias, o atendente disse que a Ford não tinha a peça no estoque e que a montadora não a estava conseguindo no fornecedor.
Nishimaki reclama que, mesmo tendo comprado um carro top de linha da marca, está há mais de 150 dias esperando uma solução.
Segundo o supervisor da assistência ao cliente da Ford, Luiz Armando de Carvalho, a peça deverá ser fornecida até 10 de fevereiro.
Paulo Sérgio Simões de Souza, dono de um Uno 1.6R 92, também está tendo dificuldades com o serviço de atendimento da Fiat.
Nas revisões de 10 mil e 20 mil quilômetros, ele reclamou à revenda que o veículo emitia muita fumaça, que os mecânicos explicaram como sendo acúmulo de gases no catalisador.
Levou novamente o carro -com 30 mil km- à concessionária, que informou ser preciso retificar o motor. Resolveu então ligar para o atendimento ao consumidor. Lá, alegaram que o problema poderia ter ocorrido por uso indevido do carro ou por lubrificante inadequado -ou que o carro poderia ter rodado mais que o marcado no velocímetro.
O funcionário que o atendeu disse que a Fiat pagaria todo o serviço, se o cliente pagasse a mão-de-obra para abrir o motor e fosse provada falha de fabricação.
Segundo o gerente Edilson Costa, é normal a fábrica cobrar a mão-de-obra quando o veículo está fora de garantia.
Planos
As fábricas reconhecem que os sistemas são subdimensionados.
A Volkswagen dispõe de quatro atendentes. Na Ford, seis pessoas atendem clientes e distribuidores.
Segundo a Fiat, a montadora tem oito centrais de atendimento espalhadas pelo país. A central que atende São Paulo tem oito funcionários. Já a Chevrolet declara que tem 15 atendentes.
Cláudio José Oliani, supervisor de atendimento ao cliente da Volkswagen, diz que a fábrica planeja contratar serviços de terceiros para descongestionar o sistema.
A coordenadora de atendimento a clientes da Ford, Gislaine Brescansin, também reconhece que precisa de mais atendentes.
O gerente nacional de relações ao cliente da GM, Sílvio Pires, diz que a empresa tenta melhorar o sistema de comunicação e aumentar o número de funcionários.
Já a Fiat põe a culpa no sistema de telecomunicação do país. Edilson Pereira Costa, gerente de atendimento ao cliente, afirma que a montadora dispõe de um sistema on-line, que torna fácil a comunicação entre fábrica e revendas.

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