São Paulo, segunda-feira, 29 de janeiro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Pontos preciosos

JUCA KFOURI

Antigamente, quando um time grande empatava com um menor, os comentaristas diziam que o clube havia perdido um pontinho precioso, que poderia fazer muita falta no final. E fazia mesmo.
Isso acontecia tão antigamente que os campeonatos ainda eram disputados pelo sistema de pontos corridos e quem ganhava mais era o campeão.
Hoje, parcialmente restabelecido o sistema, não se perde apenas um, mas dois pontos. Que podem fazer muita falta, mesmo quando perdidos fora de casa.
*
O Corinthians perdeu-os porque morreu no segundo tempo sob o sol californiano de Ribeirão Preto. Depois de jogar na terça, quarta e quinta-feiras -e na quinta num gramado pesando uma tonelada-, não se poderia esperar mais do campeão paulista, ainda mais sem Elivélton e com João Paulo.
Enfim, a direção corintiana está devendo dois pontos à torcida. O que, cá entre nós, pode acabar até sendo bom. Porque tão mais cedo sair da disputa pelo primeiro turno, mais chances o Corinthians terá de ir bem na que interessa: a da Libertadores.
*
Já o São Paulo deixou dois pontos em Americana porque o apitador quis (será que o senhor Cattani está vendendo carros em outra região?). Marcou um pênalti inexistente para o Rio Branco e deixou de marcar outro para o São Paulo.
Telê Santana anunciou ontem, em sua coluna aqui na Folha, que não aceitaria a lei do silêncio que a Federação Paulista quer impor. Pois pode chiar que terá toda a razão.
*
O Palmeiras mesmo sem Rivaldo passeou. Parecia até que a Ferroviária era o Borussia, campeão da Alemanha. E jogou o suficiente para mostrar que a ex-dupla alviverde campineira, Djalminha e Luizão, tem tudo para dar samba (aliás, já que o Guarani não quer mesmo ser grande, alguém precisa ir buscar o Amoroso rapidinho).
Mais do que três pontos, o Palmeiras ganha todos os elogios da rodada.
*
E o Santos? Bem, o Santos tem Giovanni. Tão bom que parece ter uma perna a mais que os demais. Tem a visão de um veterano e a centelha de um menino. Mas será ótimo se o contrato de Jamelli for renovado.

Onde vai parar um campeonato que começa com dois gols olímpicos?

Texto Anterior: Palmeiras não joga a metade do que pode
Próximo Texto: Palmeiras usa velocidade e lançamentos para golear
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.

Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.