São Paulo, segunda-feira, 29 de janeiro de 1996
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Angélica desmoraliza a libertinagem

MARCELO REZENDE
DA REPORTAGEM LOCAL

Como sofre Angélica. A heroína clássica do romances de Anne e Serge Golon nasceu sem direito à humanidade e se tornou, como nos ilustra o diretor Bernard Borderie em "Angélica, a Marquesa dos Anjos" (Bandeirantes, 17h15), um personagem.
Vivendo na corte de Luís 14, sua história se inicia com sua recusa do mundo. Quando a encontramos pela primeira vez seu desejo é se casar com Cristo e dedicar sua vida aos prazeres da religião.
Mas seu desejo não vinga. Amaldiçoada pela beleza, logo desperta a paixão em um nobre que a toma como sua mulher sem que ela tenha qualquer afeto por ele. Algo que mais tarde se reverterá, quando esse mesmo homem tiver seu destino ameaçado.
Um pequeno resumo da história de Angélica já dá conta de que sua vida é o próprio fantástico. O filme de Borderie se situa então no mesmo território de qualquer aventura histórica com Errol Flynn no elenco. A diversão pura do matinê.
Mas estamos diante, claro, de um matinê histórico francês. E assim Angélica não poderia ser de total inocência.
Há nos acasos brutais de sua existência um certo tom de libertinagem que convive lado a lado com a pureza da personagem, parecendo sempre estar pagando pelo fato de ser desejada.
Com menos subtextos é "Ardida como Pimenta" (Globo, 0h10), outro filme que faz da mulher uma motivação para os atropelos entre os homens.
O filme traz Doris Day no papel de Calamity Jane, uma mulher mais bruta e valente que a maioria dos caubóis com quem convive.
Um musical que mistura humor e canções, mas que se sustenta apenas no talento de seus atores. Em particular, Dorys Day.

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