São Paulo, terça-feira, 30 de janeiro de 1996
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Perda deve chegar a 5 milhões de toneladas

FREE-LANCE PARA A FOLHA

A produção de milho deverá cair 17% nos Estados do Centro-Sul nesta safra, diante das condições climáticas desfavoráveis em algumas regiões, da queda na área cultivada e da menor utilização de insumos nas lavouras.
Levantamento realizado pela Conab (Companhia Nacional de Abastecimento), em dezembro passado, estima em 25,3 milhões de t a colheita na região Centro-Sul.
A produção nacional pode chegar a 32 milhões de t, caso a "safrinha" do Centro-Sul (cultivada a partir de fevereiro) e as colheitas das regiões Norte e Nordeste repitam o bom desempenho do ano passado.
Na safra passada, o país colheu 37 milhões de t de milho.
Dessa perda de 5 milhões de t, quase um terço se deve à seca que atingiu as lavouras do Rio Grande do Sul.
Conforme previsão divulgada no mês passado pelo Ministério da Agricultura, a safra gaúcha deve chegar a 4,5 milhões de t, contra 6 milhões de t em 1995.
O baixo volume de chuvas entre setembro e dezembro passados prejudicou a cultura em toda a região Centro-Sul, mas foi mais crítico no Rio Grande do Sul.
Mas uma pesquisa da agência Safras, realizada este mês, estima a produção gaúcha em 3,2 milhões de t, quase 30% a menos do que a previsão da Conab.
A área cultivada no Centro-Sul registrou queda de cerca de 7% em relação à da safra passada.
A produtividade deve cair 11%, segundo estimativa da Conab.
Os baixos preços do ano passado -provocados pela superoferta- e o impasse político na renegociação das dívidas agrícolas dificultaram a liberação de recursos para a comercialização da safra 95 e o custeio deste ano.
Esses fatores desestimularam o plantio e levaram o produtor a reduzir gastos com insumos.
A consequência poderá ser a perda na produtividade.

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