São Paulo, terça-feira, 30 de janeiro de 1996
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Vicentinho ameaça romper

CARLOS ALBERTO DE SOUZA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores), Vicente Paulo da Silva, o Vicentinho, disse ontem em Porto Alegre (RS) que a entidade poderá romper com a negociação em torno da reforma da Previdência Social.
O rompimento poderá ocorrer, segundo Vicentinho, se houver "atropelo", ou seja, a comissão especial da reforma previdenciária iniciar hoje a votação.
"Não consigo entender por que o governo quer resolver isso já", declarou o sindicalista.
O presidente da CUT disse ter informações de que o bloco governista no Congresso pretende "voltar ao velho rolo compressor".
"Nós não queremos ser atropelados. Queremos aprofundar o debate e também queremos que haja a participação dos empresários."
Para ele, o governo precisa entender que essa é uma votação "diferente da quebra de monopólio, por exemplo". "Não é uma discussão entre esquerda e direita. É um debate que tem a ver com a vida", disse.
Vicentinho declarou que a CUT quer "continuar na negociação" e vai insistir na manutenção da aposentadoria proporcional, não-estabelecimento de limite de idade para a aposentadoria do funcionalismo público e permanência da aposentadoria especial para professores universitários.
O ministro da Previdência, Reinhold Stephanes, já declarou que o governo se opõe a esses pontos.
O presidente da CUT afirmou que, se houver a continuidade das negociações e um "entendimento completo" sobre as mudanças na Previdência, a reforma só valerá para a entidade quando houver a aprovação pelas bases cutistas.

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