São Paulo, terça-feira, 30 de janeiro de 1996
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Paulinho mantém rompimento com Gil

FERNANDO PAULINO NETO
DA SUCURSAL DO RIO

Paulinho da Viola considera praticamente irreversível seu rompimento com Gilberto Gil. O cantor não gostou da reação de Gil na crise dos cachês do réveillon do Rio.
No show em homenagem a Tom Jobim, no Rio, Paulinho da Viola recebeu R$ 30 mil de cachê, enquanto os outros cantores -Gilberto Gil, Chico Buarque, Gal Costa, Caetano Veloso e Milton Nascimento- receberam R$ 100 mil cada.
"Nunca diga nunca, mas dificilmente haverá reatamento das relações", disse o jornalista João Bosco, cunhado e assessor de Paulinho da Viola. Bosco diz que suas declarações retratam o estado de espírito do sambista.
As declarações de Gil, que afirmou que teria "todos os motivos do mundo para chamá-lo (Paulinho) de canalha e mentiroso, mas não o faria", segundo Bosco, mostram que Paulinho tem razão.
"Quando ele (Gil) parte para os adjetivos é porque falta substância", diz Bosco. Gil disse que foi "massacrado" por ter ficado disponível para falar sobre o episódio. "Paulinho acabou se voltando contra mim."
Segundo Bosco, o artigo de Paulinho publicado na edição de domingo de "O Globo" mostrou "datas e textos, admitindo falhas que não influenciaram definitivamente para nada".
Ao falar das falhas, referia-se a um fax de Gilda Mattoso, que produziu o réveillon, para Lila e Paulinho (em que era comunicado o cachê de R$ 30 mil), adulterado pela mulher de Paulinho, Lila.
Paulinho diz que a organização do show havia combinado cachês iguais para todos. Os demais (Chico Buarque, Gal Costa, Milton Nascimento, Caetano Veloso e Gilberto Gil) receberam R$ 100 mil.
Para Bosco, esse foi "um acidente de percurso que queria fazer o fecho da questão" e que "as condições (os cachês diferenciados) preexistiam ao fax".
Marcus Vinicius, sócio da produtora Gilda Mattoso, pergunta se "o certo era terminar assim, com um fax falso da Lila para todos os artistas?"
Marcus Vinicius nega que a produtora anterior, Helena Rocha, tenha dito a Gilda Mattoso para avisar Paulinho da Viola que ele também ganharia R$ 100 mil.
Justiça
O desembargador Carlos Alberto de Carvalho, da 10ª Câmara Cível, concedeu ontem uma liminar bloqueando a decisão do juiz da 4ª Vara de Fazenda, Ademir Paulo Pimentel, de pedir aos artistas que mostrassem seus cachês dos últimos seis meses.
Segundo Ruy Meireles, advogado dos artistas (menos Paulinho), a decisão de Pimentel contraria a Constituição, porque quebra o sigilo bancário e o direito à privacidade.

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