São Paulo, terça-feira, 30 de janeiro de 1996
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Aumento de encargos foi erro, diz Cavallo

DENISE CHRISPIM MARIN
DE BUENOS AIRES

O ministro da Economia da Argentina, Domingo Cavallo, completou ontem cinco anos no cargo e assumiu que seu maior erro foi ter aumentado os impostos trabalhistas em abril do ano passado.
Cavallo também admitiu que o mais sério problema pendente em sua gestão é o desemprego.
"Foi um erro grave", declarou Cavallo durante uma entrevista coletiva. "Aumentamos os impostos para obter assistência financeira dos nossos credores, que exigiam aumento na arrecadação."
Segundo o ministro, o reconhecimento do erro veio em seguida, em agosto, quando o governo divulgou um pacote de medidas para o combate ao desemprego.
Entre elas estava a redução de 30% a 80% na parcela da contribuição previdenciária das empresas, conforme sua localização.
O ministro também afirmou que o desemprego deve ser diminuído com o aumento do crédito hipotecário, que permitirá a reativação do setor da construção civil e geração de novos postos de trabalho.
Uma das críticas que disparou teve como alvo as empresas de comunicação. Ele declarou que essas companhias são beneficiadas por "injustas isenções de impostos".
O ministro afastou ainda qualquer possibilidade de desvalorização do peso argentino.
Cavallo referiu-se a uma matéria publicada na edição de ontem do jornal argentino "Ambito Financiero".
A reportagem denunciava que uma parcela das reservas do Brasil havia sido depositada na Argentina para que não houvesse desvalorização da moeda.
"Quando eu li a capa e a contracapa do "Ambito", não sabia se a notícia era de 94 ou de 95. Esse tipo de medo só seria possível há um ano", afirmou o ministro Cavallo.

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