São Paulo, terça-feira, 30 de janeiro de 1996
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Bomba! Galinha paga pra ser comida!

JOSÉ SIMÃO
DA EQUIPE DE ARTICULISTAS

Bomba! Bomba! Macaco Simão Emergência! É pra cima que se anda! Pesquisa revela que 85% dos brasileiros estão otimistas. E 100%, inadimplentes! Rarará! E essa foi a grande conquista do Real: a galinha tá pagando pra ser comida. De tão barata! Plano Real Urgente! Galinha paga pra ser comida.
Já virou até a musa do verão. É verdade! A galinha foi eleita musa do verão do Rio. A musa do verão é a galinha. Quer dizer, sempre foi. Mas nunca tão barata! Rarará!
Plano econômico é sempre assim: quando dá errado tem vilão. Quando dá certo tem musa. Rarará! A galinha. Que de tão barata daqui a pouco a gente entra no supermercado, vai pra gôndola das colegas e elas dizem "quem me levar leva dez de troco". E eu acho que essa pesquisa do otimismo foi feita entre os que não comem carne vermelha.
Ledo engano! Não só o frango! Segundo o diretor de marketing da Perdigão, "quem comia mortadela passou para o apresuntado e esse para o presunto e assim por diante". Adorei o assim por diante! Eu quero comer o assim por diante. Rarará!
Já entendi: quem comia mortadela foi apresuntado pro presunto. Rarará. Essa foi a segunda grande conquista do real. E adorei essa divisão por castas: mortadela, apresuntado e presunto.
O poder aquisitivo tá no balcão de frios. E aí o cortador de frios vira fiscal de Imposto de Renda. Até mortadela tá isento. Quem pediu mortadela tá isento. Pediu apresuntado o cortador já pede o CIC. Rarará!
E presunto cru? E quem pediu presunto cru? Presunto cru já é crime do colarinho branco. O leão vem matando! Rarará. Nóis sofre mas nóis goza. E gostoso!
Macaco Simão Esquenta os Tamborins! Mulata Globelesma versus Branquela Mancheteleza. No Brasil pode não tá acontecendo nada mas o apartamento do Clovis Bornay já deve tá pegando fogo! E como vai ser o Carnaval na televisão neste ano? Como todos os outros: Bundas e Paetês. E as peladas na avenida são as mesmas do ano passado. Só que um ano mais velhas. Rarará! E sai pra lá, lasca-gato, que a minha pele não serve pra tamborim. Hoje só amanhã. Vai indo que eu não vou!

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