São Paulo, terça-feira, 30 de janeiro de 1996
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Olho no Congresso; Placar; Extinção oportuna; Panorama distorcido; Cumprimentos

Olho no Congresso
"No ano de 1995, a Comissão de Defesa Nacional da Câmara dos Deputados realizou 28 reuniões. Dessas 28 reuniões, estive presente em 24, deixando de participar das demais por motivo de grave acidente automobilístico, que me obrigou a duas cirurgias, conforme atestado médico arquivado na 3ª Secretaria da Câmara. Lamentavelmente, entretanto, no dia 14/1, na pág. 3 do encarte especial Olho no Congresso, deparei-me, entre perplexo e indignado, com a citação do meu nome, incluído numa pretensa 'relação dos que não participam de comissões no Congresso', levando aos leitores a informação, inverídica, de que não participo das reuniões da Comissão de Defesa Nacional!"
Jaime Martins Filho, deputado federal e vice-líder do PFL (Brasília, DF)

Nota da Redação - O caderno Olho no Congresso não publicou relação de deputados que não pertencem a comissões. A lista publicada se refere a deputados que faltaram a cinco ou mais sessões consecutivas de comissões. O deputado faltou a cinco sessões consecutivas da Comissão de Defesa Nacional no período de 11 a 25 de maio de 1995. Segundo o regimento interno da Câmara, as faltas só poderiam ser abonadas se as justificativas fossem registradas em ata, o que não ocorreu.

Placar
"Na coluna do dia 23/1, Juca Kfouri comenta a reportagem 'Os piratas da TV', publicada na revista 'Placar' e de autoria de Sérgio Ruiz Luz. Elogiar ou criticar é um direito do colunista da Folha, como de qualquer pessoa. Mas ao tentar rebaixar profissionalmente os jornalistas desta redação Juca nos obriga a uma resposta. No seu comentário sobre a denúncia contida na revista de janeiro contra repórteres que negociam passes de jogadores, Juca afirma que a equipe de 'Placar' 'tem autoridade moral para publicar o que publicou'. Logo a seguir, porém, ele lamenta que o exercício do bom jornalismo no caso da atual 'Placar' se aferre a limites que permitem 'a crítica aos mais fracos e impede(m) a denúncia dos mais fortes'. O texto mostra também que houve um tempo em que 'Placar' podia denunciar e criticar quem quisesse. Essa fase teria acabado e o colunista não diz, mas deixa a entender, que a 'passagem' aconteceu quando ele próprio deixou a revista. Aqueles que ficaram... bem, esses não teriam nada a fazer além de falar de um ou outro peixe miúdo. Já os graúdos poderiam comemorar a saída do homem que tanto os incomodava. O Juca incomodava e incomoda todos aqueles que prejudicam o futebol e o esporte em geral. 'Placar' também. Temos limites, sim. Mas são os mesmos obedecidos pelo colunista e pela imprensa. Não publicamos denúncias sem investigação. Não deixamos de ouvir todas as partes envolvidas. Não divulgamos fatos sem provas. Juca fala de interesses que não podem ser contrariados. Nossa preocupação não é contentar ou desagradar ninguém. Toda vez que tivermos uma boa história, com provas, documentos e testemunhas, iremos publicá-la. 'Placar' sempre fez isso -como o próprio Juca sempre nos orientou no passado. 'Placar' continua fazendo -como demonstra a reportagem 'Os piratas da TV'. E, como é nossa obrigação moral e profissional, 'Placar' fará."
Alfredo Ogawa, redator-chefe da revista "Placar" (São Paulo, SP)

Nota da Redação - Leia a resposta do jornalista Juca Kfouri à pág. 4-3 (Esporte).

Extinção oportuna
"Num país em que a impunidade ainda se apresenta com revoltante constância e onde a igualdade tampouco deixou o plano onírico, revela-se acalentadora a recente aprovação, pela Câmara dos Deputados, do projeto de lei que, afinal, põe fim à Justiça Militar como foro privilegiado para o julgamento de crimes comuns praticados por policiais militares. Bandeira histórica do Centro Acadêmico 11 de Agosto, entidade representativa dos estudantes da Faculdade de Direito do Largo São Francisco, a extinção de tal excrescência representa um avanço no sentido da superação dos resquícios que nos foram legados pelo regime de exceção que maculou a história recente de nosso país. O Senado Federal haverá, por seu turno, de ratificar tal projeto, para que o Congresso Nacional deixe clara sua sintonia com os legítimos anseios da sociedade. A democracia agradece."
Gustavo Ungaro, coordenador acadêmico do Centro Acadêmico 11 de Agosto (São Paulo, SP)

Panorama distorcido
"Sirvo-me desta para repudiar o artigo do brigadeiro Sergio Xavier Ferolla (23/1). O sr. brigadeiro enaltece de forma exagerada e tendenciosa a participação governamental, através do Ministério da Aeronáutica, na evolução das atividades industriais no país, notadamente na área da aviação. No afã de defender suas considerações sobre o Sivam, o brigadeiro Ferolla 'se esqueceu' que desde a década de 30 já tínhamos indústrias aeronáuticas e que nos anos 40 foram projetadas e fabricadas aeronaves genuinamente nacionais como o CAP-4 'Paulistinha', avião-escola no qual oito em cada dez pilotos brasileiros, inclusive eu, aprenderam a voar. Ao dizer que 'antes de 1950 não se cogitava nem a fabricação de bicicletas', o brigadeiro omitiu quase três décadas de história, além de passar aos leitores um panorama totalmente distorcido do processo de industrialização nacional."
Lauro Ney Batista (São José dos Campos, SP)

Cumprimentos
"Gostaria de transmitir à Folha os parabéns por publicar, em 29/1, o artigo de Antônio Diomário de Queiroz, reitor da UFSC e presidente da Andifes, expondo o real e inadministrável caos financeiro habitual nas universidades federais brasileiras, gerado pela continuada falta de orçamento aprovado. Desmistifica a absurda e burocrática idéia de terem sido desviados por essas instituições US$ 500 milhões."
Almir R. Tavares Jr. (Belo Horizonte, MG)

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