São Paulo, terça-feira, 30 de janeiro de 1996
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Conta no ar

Há um ciclo econômico que, a rigor, é político. E o seu compasso é ditado pelos períodos eleitorais. Quanto mais distantes as eleições, maiores as chances de o governo adotar políticas de austeridade, controlando gastos e racionalizando a máquina administrativa.
Mas o pé no freio é só uma parada para tomar fôlego. Urnas à vista? É hora de gastar e endividar-se.
O efeito que as eleições em mais de 5.000 municípios brasileiros terão sobre a economia não pode, portanto, ser subestimado.
A conta, entretanto, não tardará. Num governo já premido por gastos com juros e funcionalismo, que impediram o superávit apesar do enorme aumento na arrecadação de impostos no ano passado, a perspectiva continua sendo de desequilíbrio nas contas públicas.
Segundo o relator do projeto do Orçamento, deputado Iberê Ferreira (PFL-RN), o déficit previsto pode chegar a R$ 10 bilhões. Como a carga tributária já ultrapassa os 30% do PIB, fica a pergunta de sempre: quem pagará a conta? A resposta é sobejamente conhecida.

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