São Paulo, quarta-feira, 31 de janeiro de 1996 |
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Nasa vai procurar pistas de vida em Marte
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS A Nasa (agência espacial dos EUA) deve enviar uma sonda em dezembro para tentar achar pistas de que a vida na Terra surgiu a partir de Marte, segundo informou ontem equipe da Universidade Macquire (Austrália).A sonda Mars Pathfinder, que deve percorrer uma distância de 228 milhões de quilômetros até chegar ao planeta, deve voltar à Terra no ano 2005. "A procura por vida é parte de um programa de exploração que comparo com as grandes expedições européias dos séculos passados", disse Malcolm Walter, da universidade australiana. Cientistas acreditavam que o planeta, cuja superfície é gelada, árida e banhada por radiação ultravioleta, impossibilita a vida. Mas, dizem australianos, o resfriamento do planeta ocorreu há cerca de 2 bilhões de anos. Antes, num ambiente mais propício, poderiam viver organismos como os recém-descobertos na Terra e chamados hipertermófilos ("amigos de muito calor"). Esses organismos vivem em ambientes sem oxigênio e em temperaturas superiores a 80oC e, segundo os pesquisadores, podem ter surgido no planeta vermelho. Descobertos em camadas vulcânicas no Alasca a cerca de 400 metros de profundidade, eles são considerados uma das formas mais primitivas de vida. O resfriamento do planeta poderia ter obrigado organismos vivos marcianos a se refugiar no subsolo, onde existem fontes termais e sedimentos vulcânicos que forneceriam o calor necessário às reações químicas essenciais à vida. Por isso, o objetivo da Nasa é recolher amostras de rochas em diferentes níveis de profundidade. Marte tem uma calota nos pólos, feita de água e gás carbônico congelados. Cerca de 95% da sua atmosfera são compostos pelo gás. Os cientistas acreditam que a vida pode ter nascido há cerca de 4 bilhões de anos na Terra ou em Marte. Os primeiros seres vivos teriam passado de um planeta ao outro em fragmentos de rochas. Segundo Walter, nessa época a superfície do planeta não era desértica, mas coberta por água e com clima semelhante ao da Terra. Assim, diz ele, haveria condição para a vida se desenvolver. Cientistas acreditam que a água é fundamental para isso. Segundo Paul Davies, da Universidade de Adelaide (Austrália), aproximadamente 500 mil quilos de rochas marcianas caem na Terra por ano. A maioria delas são fragmentos que se desintegram ao entrar na atmosfera terrestre. Mas algumas não se desintegram, o que sugere que os microorganismos podem ter chegado à Terra de Marte. Davies cita como exemplo uma pedra caída no Egito em 1911. Há 20 anos, a missão Viking, da Nasa, não encontrou evidências de vida no planeta. Texto Anterior: Advogado pede a juiz a libertação de sem-terra; Motta não descarta ser candidato em SP; Diretor da Eletronorte em Manaus é demitido; Parecer de Suassuna pode ser votado 1º Próximo Texto: Construção ameaça pirâmide mais antiga Índice |
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