São Paulo, terça-feira, 1 de outubro de 1996
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Operações financeiras feitas por Pitta na prefeitura esquentam debate na TV

DA REPORTAGEM LOCAL

Acusado de realizar operações financeiras danosas à Prefeitura de São Paulo durante sua gestão como secretário de Finanças, Celso Pitta, candidato do PPB a prefeito, centralizou as atenções no debate de ontem da Rede Bandeirantes de Rádio e Televisão, "Jornal da Tarde" e "Rádio Eldorado".
Foi o terceiro e último debate. Compareceram todos os candidatos, exceto Carlos Alves de Souza (PRP).
Pitta defendeu-se dizendo que as operações por ele autorizadas, tomadas em conjunto ou individualmente, deram lucro e não prejuízo à prefeitura. O pepebista disse que colocaria à disposição da imprensa documentos que atestariam suas afirmações.
Pitta afirmou que as acusações são "caluniosas" e que contratou o advogado Saulo Ramos, ex-ministro da Justiça, para processar por injúria, calúnia e difamação os jornalistas "irresponsáveis" que publicaram reportagem sobre as operações financeiras.
Seu adversário do PSDB, José Serra, disse que contratar advogado "não é resposta". Segundo Serra, as operações realizadas por Pitta são "como se Zé Paulo vendesse seu automóvel ao meio-dia por R$ 10 mil e o recomprasse às 16h por R$ 12 mil".
Para Serra, a operação que teria resultado em prejuízo de R$ 1,7 milhão para a prefeitura só pode ser fruto "de uma fantástica incompetência ou de má-fé".
Segundo o peessedebista, a distribuidora carioca Contrato, que fez a operação, é instituição de "má reputação no mercado e vive debaixo de fiscalização": "Por coincidência, a instituição é da terra de origem de Pitta".
A candidata do PT, Luiza Erundina, disse que as explicações de Pitta sobre a operação não eram "convincentes". "Pitta deve uma explicação à cidade."
O pepebista disse que a investigação que o Banco Central está fazendo sobre a operação é "de rotina". Segundo ele, a notícia foi "plantada" nos jornais para prejudicá-lo na reta final da campanha pelo primeiro turno.
Proer
Pitta criticou Serra e o PSDB, partido do presidente Fernando Henrique. Disse que eles ajudaram "bancos falidos" com R$ 52 bilhões do Proer (programa de ajuda aos bancos).
Pitta disse também que o governo do Estado, também do PSDB, é responsável pelo aumento do desemprego em São Paulo.

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