São Paulo, terça-feira, 1 de outubro de 1996 |
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Covas privilegia setor que será privatizado
FÁBIO SANCHEZ
As quatro empresas (Cesp, CPFL, Eletropaulo e Comgás) investirão, juntas, R$ 1,6 bilhão, o equivalente a 24% do total dos investimentos previstos em todo o orçamento -R$ 6,722 bilhões. As áreas de educação e saúde, juntas, receberão R$ 502 milhões para investimentos -31,37% do que terão as energéticas e 7,47% do total que será investido. "Quando se vende um carro, é necessário dar uma arrumada nele antes", comparou o secretário de Planejamento do Estado, André Franco Montoro Filho, ao entregar o orçamento na manhã de ontem ao presidente da Assembléia Legislativa, Ricardo Trípoli. O objetivo do governo ao prever maiores investimentos para essas estatais é sanear as empresas visando a implantação do PED -Programa Estadual de Desestatização, aprovado pela Assembléia Legislativa em junho. O governo também destinará R$ 10 milhões em publicidade para divulgar esse programa. Já no próximo ano, a previsão é que entre para o caixa do governo R$ 500 milhões vindos da privatização, menos de um terço do que será investido pelas próprias empresas do setor energético. A Cesp é a empresa que mais investirá (R$ 723 milhões) e a com maior dívida -R$ 11,4 bilhões, quase o mesmo valor de seu patrimônio líquido (R$ 12,6 bilhões). Além desse investimento, o governo espera obter um empréstimo de R$ 1,8 bilhão do BNDES para aplicar no saneamento das empresas. O objetivo é arrecadar R$ 20 bilhões com a venda das estatais de energia. Segurança O secretário Montoro destacou na reunião na Assembléia o investimento do governo em segurança pública. Segundo o secretário, o governador pediu a ele no dia 20 que essa área fosse priorizada. O orçamento destinou investimentos de R$ 147 milhões para a segurança, que serão gastos na compra de equipamentos, como automóveis (R$ 45 milhões para comprar 3.000 carros novos). Não se fala, entretanto, em aumentos para funcionários das polícias civil e militar. "A questão salarial é complexa e vai depender da arrecadação durante o ano", disse. Na área de saúde serão investidos no próximo ano R$ 225 milhões, sendo mais da metade recursos de empréstimos internacionais e do Sistema Único de Saúde -que repassa recursos federais para o Estado. Na área de educação, serão investidos R$ 277 milhões -metade proveniente de empréstimos. Depois das estatais de energia, o maior investimento em uma única área é o que será realizado pela Sabesp: R$ 1,050 bilhão em saneamento básico. Dificuldades Segundo Ricardo Trípoli, o orçamento só começará a receber emendas na próxima semana, pois 16 dos 94 deputados são candidatos a prefeito e só voltarão a frequentar a Assembléia após o dia 3. Os deputados terão cinco sessões legislativas para apresentar emendas. A Lei de Diretrizes Orçamentárias, votada no primeiro semestre, recebeu mais de 2.000 emendas, o que mostra a dificuldade do governo Covas em aprovar seus projetos na Assembléia. Texto Anterior: Kandir prevê crescimento Próximo Texto: Texto de 96 quase foi derrubado Índice |
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