São Paulo, terça-feira, 1 de outubro de 1996
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Policial poderá ter adicional por risco

DA REPORTAGEM LOCAL

O governo de São Paulo criou um adicional de risco para os policiais militares e civis. Com isso, os policiais que trabalham em locais mais perigosos, como as zonas sul e leste da capital, por exemplo, vão ganhar mais.
O anúncio foi feito pelo governador Mário Covas após a entrega de 488 carros para a polícia.
Covas anunciou também o reajuste salarial da categoria, que foi dividido em duas faixas: 10% para os níveis hierárquicos mais baixos -como soldados, cabos, carcereiros e agentes policiais, entre outros- e 5% para o restante.
O Arop (Adicional de Risco Operacional) foi dividido em quatro níveis e vai beneficiar 47.611 policiais civis e militares. No Estado, há 110 mil policiais.
As localidades de risco foram determinadas conforme os índices de criminalidade registrados pela Secretaria da Segurança.
Com isso, o policial que estiver nas ruas nas áreas do nível um vai receber um adicional de R$ 100,00. Ele sobe para R$ 130,00 no nível dois, R$ 180,00 no três e R$ 240,00 no quatro.
Por exemplo, um soldado da PM que atue em Santo Amaro (nível quatro), cujo salário após o reajuste será R$ 585,97, irá receber, no total, R$ 825,97.
Os policiais que trabalham nas áreas consideradas de apoio, como pessoal de administração da PM, carcereiro, escrivão etc, vão receber metade da gratificação.
Comandantes da PM e delegados também serão beneficiados. Os valores nesse caso variam de R$ 100,00 a R$ 650,00.
A criação do Arop e o aumento salarial dependem de aprovação da Assembléia, que recebe o projeto ainda esta semana. Caso aprovados, passam a valer a partir de 1º de outubro.
A proposta de aumento salarial não agradou representantes de entidades policiais. A categoria reivindica 94,96% de reajuste.
"Aceitamos o índice de reajuste sob protesto", afirmou Hilkias de Oliveira, presidente da Associação dos Funcionários da Polícia Civil. "Vamos continuar na luta pelos 94,96%."
"Vamos estudar as propostas, mas o aumento não foi o esperado", declarou José Luiz de Lira, vice-presidente da Associação de Cabos e Soldados da PM.
Os dois elogiaram a criação do adicional de risco, mas Oliveira faz uma ressalva. "Tem que ser incorporado ao salário."
Para Laércio da Silva Guellis, presidente da Associação dos Subtenentes e Sargentos da PM, o adicional de risco é uma discriminação. "Policial é policial em qualquer área."

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