São Paulo, quarta-feira, 2 de outubro de 1996 |
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Kandir se especializa em criar previsões "bombásticas"
GUSTAVO PATÚ
Em público, Kandir diz acreditar que a reeleição fará o país crescer entre 7% e 9% ao ano. São índices que a economia brasileira não registra desde o Plano Cruzado, em 86 -quando o crescimento de 7,5% deu oxigênio à inflação e se tornou uma das causas do fracasso do plano. Taxa menor No papel, a equipe econômica trabalha com uma taxa muito menor para o ano que vem: a de 3,9% incluída no projeto de Orçamento. Apenas sob a condição de anonimato, os economistas oficiais falam em crescimento de 5% em 97, que, segundo eles, aconteceria com a aprovação da reeleição. Até agora, a única das grandes promessas de Kandir já posta à prova mostrou-se um fiasco. Trata-se da linha de crédito de R$ 1 bilhão aos exportadores, anunciada em junho como o carro-chefe de um pacote de incentivo às vendas externas. Só essa linha deveria gerar 70 mil empregos. Na semana passada, o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, responsável pelos financiamentos), Luiz Carlos Mendonça de Barros, disse que a linha fracassou. Apenas R$ 200 milhões foram liberados para, basicamente, um único exportador. Segundo Mendonça de Barros, o BNDES descobriu que o setor privado já operava linhas semelhantes com mais competência. O Palácio do Planalto confiou a Kandir -até então mais conhecido por ser um dos mentores do bloqueio da poupança no Plano Collor (90)- a missão de ser um "tocador de obras" no governo. Orçamento Responsável pelas áreas de Orçamento e privatização, Kandir cuida da execução do Plano de Metas, uma lista de 42 projetos considerados prioritários para o biênio 97/98. Para 97, porém, o Orçamento elaborado por Kandir prevê apenas 37% dos R$ 10,3 bilhões necessários para cumprir o plano, ou R$ 3,8 bilhões. Texto Anterior: Mercado apóia reeleição Próximo Texto: Kandir, sonho e realidade Índice |
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