São Paulo, quarta-feira, 2 de outubro de 1996
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Ministro duvida que ACM mande no PFL

DA REPORTAGEM LOCAL E DA ENVIADA ESPECIAL A SALVADOR

Em plena fase de "trator total", o ministro Sérgio Motta (Comunicações) bateu também em aliados. A vítima, no caso, foi o PFL.
Ao comentar a disputa pela paternidade e comando da tese da reeleição presidencial, o ministro fez uma aposta no triunfo do seu partido, o PSDB.
"O problema é que o PFL vive de jornal. Nós preferimos viver de poder", disse no final do debate entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo, anteontem à noite.
Ontem à tarde, de terno e gravata sob o calor do bairro da Penha, onde pedia votos para Serra, Motta decidiu atacar diretamente o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA), o principal cacique pefelista.
Anteontem, ACM dissera que o eventual apoio do PSDB a Luiza Erundina (PT) num segundo turno da eleição paulistana poderia "criar problemas" para o projeto que permitiria ao presidente Fernando Henrique Cardoso disputar a reeleição em 98.
"Acho que o Antonio Carlos fala pelo partido dele, mas mesmo assim tenho dúvidas. Está uma divergência lá sobre a entrada ou não de um determinado senador", disse, referindo-se ao senador Gilberto Miranda (AM).
"No PSDB, quem fala somos nós", acrescentou.
Jorge Bornhausen, outro cacique pefelista, é contra a entrada de Miranda no partido e, por isso, entrou em atrito com ACM.
Ao saber das declarações de Motta, ACM, que está em Salvador, deu resposta imediata: "O ministro Sérgio Motta não se cansa de abusar da paciência do presidente Fernando Henrique."
Depois, o senador baiano partiu para o confronto pessoal com o ministro das Comunicações: "Quanto a mim, o que lhe respondo é que eu falo respaldado em votos. E ele, se muito tem, tem o seu voto. Mesmo assim, na hora pode fazer confusão e não votar", disse.
Prosseguindo, ACM afirmou que há uma diferença fundamental entre ele e Motta.
"O meu poder emana do voto e o dele vem da amizade com o presidente. Gosto muito do Sérgio, mas não sou obrigado a ter a mesma paciência de Fernando Henrique, até porque não tenho motivos", afirmou.

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