São Paulo, quarta-feira, 2 de outubro de 1996
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Renault fará carro 'popular' no Brasil

ARTHUR PEREIRA FILHO
DA REPORTAGEM LOCAL

O sucessor do Clio, carro compacto da Renault, deve ser o segundo modelo da marca a ser produzido na fábrica da montadora no Brasil. O novo modelo está sendo desenvolvido na Europa.
Segundo o diretor de compras da montadora, Andreas Gabriel, "essa é a hipótese mais provável". Ele afirmou que a intenção da Renault é competir no segmento dos carros "populares".
"A Renault tem planos para desenvolver um motor 1.0 para esse novo carro", conta Gabriel.
O anúncio oficial deve sair até o final do ano. Pierre Poupel, presidente da Renault do Brasil, não confirma que a produção do carro pequeno no Brasil já tenha sido definida. "Não podemos prevenir os concorrentes antes da hora."
O Clio foi lançado na Europa em 90. A versão produzida na Argentina começou a ser vendida no Brasil em agosto.
Segundo Georges Douin, membro do comitê executivo da Renault, a vida útil de um modelo no mercado europeu gira em torno de oito anos. Ou seja, o Clio deve ser substituído por um outro carro por volta de 98.
Produção do Mégane
A possibilidade de fabricar o Twingo no Brasil está descartada, afirma Laurent Bernard, diretor de produtos da Renault. Segundo ele, o Twingo é muito pequeno para o mercado brasileiro.
O primeiro modelo a ser produzido pela Renault já está definido: é a versão quatro portas do Mégane, carro médio da marca lançado ano passado na Europa.
A capacidade da fábrica de São José dos Pinhais (PR), que começa a ser construída em janeiro de 95 e entra em operação em 99, é de 120 mil carros por ano. O primeiro Mégane na América do Sul virá da fábrica da Renault em Córdoba (Argentina). A partir de 97, o carro será exportado para o Brasil.
O diretor de operações internacionais da Renault, Manuel Gomez, acredita no sucesso do Mégane no Brasil. Segundo ele, a tendência é o crescimento de vendas dos carros médios. "O mercado do carro 'popular' está muito dilatado neste momento, por causa das vantagens fiscais", diz.
Atualmente, o carro "popular" paga IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) de 8%. O carro médio recolhe alíquota de 25%.
Outra decisão que deve ser tomada pela Renault nas próximas semanas é a construção de uma fábrica de motores para equipar os novos carros. Ela pode ficar no Brasil ou na Argentina.

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