São Paulo, quarta-feira, 2 de outubro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Saiba como funciona a votação digital

FERNANDO ITOKAZU
FREE-LANCE PARA A FOLHA

O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) preparou um sistema com 234 microcomputadores e um servidor para que a totalização dos votos na cidade de São Paulo seja rápida e segura.
Com esse sistema, o TRE pretende encerrar o trabalho de apuração até as 24 horas de amanhã.
Os micros que integram o sistema são Pentium (152) e 486 (82). O servidor é um HP K-400 (Risc).
O esquema de segurança começa já na urna eletrônica, produzida pela Unisys.
Quando o eleitor digita seu voto, os dados são criptografados (codificados) e gravados em disquete.
Ao final da votação, o disquete é levado até uma junta apuradora -são 41 na capital-, onde será inserido em um microcomputador -o encaminhador.
Esse micro vai fazer a leitura e empacotar os dados de dez disquetes. Essa operação resulta em um novo disquete, que será colocado em outro computador, que fará a transmissão dos dadas para o sistema central do TRE.
A princípio, o sistema só utilizará os Pentium, de maior capacidade de processamento. Os 486 só serão utilizados caso alguma urna eletrônica quebre, e seja preciso digitar os dados.
A ligação entre o transmissor e o computador do TRE é feita por uma linha telefônica dedicada (privativa).
Senha mutante
Para receber a transmissão, os funcionários do TRE precisam de uma senha.
Digitada a senha, a máquina devolve outra, automaticamente.
A nova senha deve ser digitada após três minutos. Isso se repete até a transmissão ser concluída.
Se ocorrerem cinco tentativas incorretas, a ligação cai. Firewall (porta corta fogo) é o nome desse esquema de segurança.
Para a secretária de Informática do TRE, Alcina Rodrigues, é muito difícil alguém burlar o sistema.
"Além das senhas, os dados estão criptografados. Demoraria cinco ou seis meses para alguém fazer a descriptografia."
Somente no computador do TRE os dados são descriptografados, e os votos, totalizados.
O início do projeto foi em março de 1995. Os micros estão em ambiente "Windows". O banco de dados do servidor é da Oracle.
O projeto do servidor foi desenvolvido por um grupo de técnicos do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e da Secretaria de Assuntos Estratégicos.
O software da urna eletrônica foi desenvolvido em conjunto pela TDA, Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e Inpe.
O sistema operacional da urna é o "VirtuOS". Segundo Alcina, apenas um pequeno grupo de técnicos conhece o sistema completo.

Texto Anterior: Guerra cibernética vai ao ar
Próximo Texto: Como funciona o sistema de apuração do TRE
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.