São Paulo, quinta-feira, 3 de outubro de 1996
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Brasileira se destaca em "Turandot"

WILLIAM LI
ESPECIAL PARA A FOLHA

Estreou terça-feira no Teatro Municipal com sucesso uma grandiosa montagem de "Turandot", de Puccini, com a veterana Eva Marton no papel da princesa chinesa (ela já gravou vários discos de "Turandot", inclusive com Placido Domingo) e o colombiano Ernesto Grisales como Calaf.
A produção como um todo esteve muito boa, e várias vezes a ópera foi interrompida pelos aplausos do público. A Orquestra Sinfônica Municipal e o Coral Lírico estiveram muito bem.
Mas o que mais impressionou foram os deslumbrantes cenários, que vieram do teatro Colón de Buenos Aires (Argentina), e os figurinos, que vieram de Buenos Aires e Santiago (Chile).
"A ópera começou meio fria", declarou Eva Marton, "mas esquentou no terceiro ato".
Ela diz que não importa não ter sido aplaudida como a grande diva que é. "O aplauso é uma coisa circunstancial", afirma. Mesmo assim, sua atuação foi magnífica e ela é sem dúvida uma das grandes Turandots do momento.
O tenor Ernesto Grisales só se soltou no terceiro ato, e foi muito aplaudido em sua ária "Nessun dorma". Em outras partes, sua voz foi abafada pela orquestra.
A grande revelação da noite foi sem dúvida a brasileira Monica Martins, de 25 anos, que atuou no papel de Li—. Ela foi a primeira a arrancar aplausos do público.
Com uma voz potente e límpida de soprano lírico, ela se sobrepôs à orquestra e cativou o público. É um grande talento nacional, mas que, por força das circunstâncias, atua principalmente na Europa.
Monica, que era pianista, começou a estudar canto aos 16 anos com Carmo Barbosa. Já atuou no México, Espanha, Alemanha e na Itália.
É pena que um talento desses não possa ficar no Brasil para atuar em nossos teatros líricos e formar os mais jovens.

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