São Paulo, sexta-feira, 4 de outubro de 1996 |
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'Fator Maluf' é a grande novidade
CLÓVIS ROSSI
É o caso do cientista político Wanderley Guilherme dos Santos. Para começar, ele lembra que o prefeito paulistano "cresce dentro do PPB, que ainda é uma coligação". Consequência desse crescimento, sempre segundo Wanderley Guilherme dos Santos: "Em certas ocasiões, o PPB vai passar a ser o voto decisivo na Câmara, o que faz com que FHC tenha de ouvir Maluf, o que não acontece agora". Pelo que a Folha apurou, o senador Antônio Carlos Magalhães também acha que Maluf se valorizou, mas por outro motivo, o "fator Sérgio Motta". O senador baiano supõe que o tiroteio verbal de Motta sobre Maluf e Celso Pitta deu uma dimensão maior à derrota de José Serra, o candidato do presidente. Sempre de acordo com a análise feita pelo senador com seus amigos, FHC teria dado apoio a Serra apenas por amizade pessoal. Motta é que teria nacionalizado a eleição municipal paulistana. Discorda o governador de São Paulo, Mário Covas: "Mesmo em São Paulo, houve uma predominância da municipalização sobre a federalização do pleito". Até os mais recentes ataques de Motta a Maluf, o presidente nacional do PPB, senador Esperidião Amin (SC), tendia a concordar com Covas. "No dia 4 de outubro, acaba a guerra de São Paulo. O Pitta, como os demais prefeitos, terá de tratar com o governo federal de questões materiais", dizia Amin. Previa até que, logo depois da eleição, o presidente inventaria para Sérgio Motta uma missão qualquer no exterior e o bate-boca morreria de morte natural. Depois dos novos ataques, no entanto, Amin viu-se obrigado a dizer que as relações do partido com o governo central entraram em "um clima se não de hostilidade pelo menos de desconfiança". (CR) Texto Anterior: Brasil que sai das urnas vai pressionar governo FHC Próximo Texto: PT vê legitimação do modo de governar Índice |
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