São Paulo, sábado, 5 de outubro de 1996
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PPB e PSDB são os maiores vencedores

JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
DA REPORTAGEM LOCAL

Os resultados parciais nas cem maiores cidades brasileiras e nas capitais indicam que os partidos dos dois principais pré-candidatos a presidente em 1998 foram os maiores vencedores: o PPB de Paulo Maluf e o PSDB de Fernando Henrique Cardoso.
O PMDB, maior partido brasileiro, corre sérios riscos de ser o maior perdedor dessa eleição se repetir, em 15 de novembro, o fraco desempenho do primeiro turno: perdeu 11 prefeituras, manteve duas e só ganhou outras duas novas.
Em cidades importantes, como o Rio de Janeiro e Recife, o partido perdeu o poder antes mesmo da eleição.
Os atuais prefeitos se elegeram pela sigla e depois mudaram de partido. E, pior para o PMDB, o candidato apoiado pelo prefeito e ex-peemedebista Cesar Maia vai ao segundo turno como favorito no Rio.
Os peemedebistas devem disputar o segundo turno em 15 cidades. Em outras 11 onde o partido estava no poder ainda não há resultados definitivos.
A indefinição
Partidos da chamada esquerda, PT e PDT tiveram resultados positivos, mas, ao mesmo tempo, perderam várias prefeituras.
Eles dependerão do resultado do segundo turno para ganhar ou perder terreno.
Na outra ponta do espectro político, o PFL encontra-se em situação semelhante.
O partido ganhou em algumas cidades, mas perdeu em outras. Seu futuro está condicionado aos resultados de 15 de novembro.
Outro sinal claro dessa eleição foi a perda de espaço dos pequenos partidos, ao menos nos municípios com mais de 100 mil eleitores. A única exceção é o PSB, que ainda disputa o poder em quatro cidades.
PPB
O PPB de Paulo Maluf, após quatro anos longe do executivo (salvo raras exceções, como São Paulo), recuperou uma boa parcela do poder que, na época em que ainda se chamava Arena, fez com que fosse chamado exageradamente de o maior partido do Ocidente.
A grande vantagem dos pepebistas nesse primeiro turno é que eles tinham muito pouco a perder. Das seis prefeituras que tinham, mantêm boas chances de manter a principal -São Paulo-, venceram em Palmas (TO) e, nas demais, a eleição ainda está indefinida.
Por outro lado, o PPB já conquistou uma nova prefeitura, Foz do Iguaçu (PR), e ainda disputa o poder em outras 15. São cidades em que ainda não se conhece o resultado ou que terão segundo turno.
PSDB
Até agora, o partido de FHC está equilibrado na dança das cadeiras de prefeito: perdeu seis, manteve duas e ganhou outras quatro novas. Está sem saldo, mas também sem prejuízo.
As melhores perspectivas para os tucanos estão no segundo turno.
O partido deverá disputar o segundo turno em até 14 das 104 cidades analisadas pela Folha.
Em outras cinco, o PSDB ainda espera a apuração dos votos. Tem chances de obter resultados positivos em vários municípios.
No saldo de perdas e ganhos, o PT -do também presidenciável Lula- empatou: perdeu o poder em seis cidades que administrava -como em Belo Horizonte, Goiânia e São José dos Campos (SP).
O avanço petista pode se consolidar em 15 de novembro. O partido deve disputar o segundo turno em 12 das 100 maiores cidades do país. Em outras seis ainda acompanha a apuração com chances de ter vitórias.
A batalha
O segundo turno das eleições municipais deverá antecipar a batalha pelo poder presidencial entre PSDB e PPB.
O principal município em haverá esse embate é Campinas, maior cidade do interior do Estado de São Paulo.
Lá, a exemplo da Presidência, o PSDB está no poder.

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