São Paulo, sábado, 5 de outubro de 1996
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Esquerda divide caciques alagoanos

ARI CIPOLA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MACEIÓ

A passagem das duas candidatas de esquerda, Kátia Born (PSB) e Heloísa Helena (PT), para o segundo turno da sucessão em Maceió (AL) colocou as oligarquias alagoanas em xeque.
Os velhos caciques da política local estão divididos entre o voto "incoerente" e o voto "menos incoerente", segundo definiu Francisco Mello, primo do ex-presidente Fernando Collor e virtual vereador pelo PMN.
"Vamos ficar com o menos incoerente", garante Mello. Os colloridos, em rusgas com o PT desde a eleição presidencial de 89 -quando Collor derrotou o petista Luiz Inácio Lula da Silva-, já declaram apoio à vencedora do primeiro turno, Kátia Born.
Governo estadual
O grupo político do governador Divaldo Suruagy (PMDB) e do senador Renan Calheiros (PMDB) antecipou a decisão de apoiar a candidata petista.
O candidato de Suruagy, Albérico Cordeiro, da coligação PTB-PMDB-PSDB, que estava ontem em terceiro lugar com 18% dos 81% de votos apurados, comunicou que vai apoiar Heloísa Helena no segundo turno.
A candidata Denilma Bulhões (PFL), que amargava o quinto lugar na votação, também apoiará o PT.
"Acho a Heloísa muito parecida comigo. Ela tem fibra e coragem. Por isso, vou apoiar o PT", afirmou a ex-primeira-dama de Alagoas. Denilma foi casada com o ex-governador Geraldo Bulhões.
Os apoios estão sendo declarados às duas candidatas sem que elas tenham feito reuniões para fechar qualquer tipo de acordo com os novos "aliados".
Estratégia
Tanto Born quanto Helena afirmaram que ainda não definiram a estratégia de alianças e que não pretendem lotear os seus governos em troca de alianças para o segundo turno.
Born surpreendeu na reta final da campanha e superou a petista, que liderava as pesquisas.
Com 81% dos votos apurados até as 18h40 de ontem, ela liderava com 55.021 votos, 31,90% dos votos válidos, e Helena possuía 50.357 votos, 29,19% dos válidos.
Os partidos de esquerda devem fazer apenas 8 dos 21 vereadores.
Os problemas com a Câmara, qualquer que seja a prefeita eleita, serão ainda maiores pelo fato de o PPB, partido presidido pelo deputado Augusto Farias (PPB), irmão de Paulo César Farias, ter feito cinco vereadores, a maior bancada da casa.

Texto Anterior: PT vai disputar a prefeitura com PDT
Próximo Texto: Justiça Eleitoral suspende a apuração na capital
Índice


Clique aqui para deixar comentários e sugestões para o ombudsman.


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.