São Paulo, sábado, 5 de outubro de 1996
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Malufista suspende sua campanha para descansar

PATRICIA ZORZAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de confirmada sua ida para o segundo turno das eleições, o candidato do PPB à Prefeitura de São Paulo, Celso Pitta, vai sumir por uns dias.
"Vamos agora para um repouso e retomaremos a campanha em meados da semana que vem", declarou Pitta ontem, em entrevista coletiva no comitê central do partido.
O pepebista reafirmou sua disposição em disputar "os eleitores de todos os candidatos que não passaram do primeiro turno".
Segundo Pitta, pesquisas de seu partido já indicavam que, se José Serra (PSDB) não chegasse ao segundo turno, dois terços de seu eleitorado migraria para a candidatura do PPB.
Diante das negativas de Serra, do governador Mário Covas e do ministro Sérgio Motta (Comunicações) em declararem apoio a Pitta, o afilhado do prefeito Paulo Maluf procurou minimizar a importância das lideranças partidárias nas negociações que envolvem a eleição a partir de agora.
"Os líderes podem dizer uma coisa, e o partido caminhar em uma direção diferente."
O malufista disse ainda que o desempenho de Serra atinge a figura de Fernando Henrique e de Covas, que "se colocaram lado a lado nessa campanha".
Além do PSDB, Pitta também mencionou sua intenção em correr atrás dos votos do PDT e do PMDB. "É natural o apoio de todos os que não se identificam com a ideologia do PT."
Antes e depois de Maluf
Diferentemente de Luiza Erundina (PT) -que já declarou sua disposição em formar um governo de coalizão e não "só uma aliança eleitoral"-, Pitta evitou discutir sobre as consequências desses eventuais suportes políticos.
"Acho que governo de coalizão é um assunto extemporâneo. Nós estamos em uma discussão de primeiro para segundo turno", desconversou.
Na avaliação do malufista, o segundo turno será marcado pela oposição entre dois modos de governar a cidade.
"Será o que aconteceu antes do Paulo Maluf e o que aconteceu no período de Maluf."
Sobre o endurecimento das críticas entre ele e sua adversária petista, Pitta afirmou que a situação deverá ser melhor do que no primeiro turno.
"Não há mais a possibilidade de candidatos menores servindo aos maiores. Não há mais simulação de que o candidato é bonzinho porque o outro é que faz o jogo sujo."

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