São Paulo, sábado, 5 de outubro de 1996 |
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PSDB fecha as portas ao PT e ataca Maluf Vice de Serra vê forte antagonismo CARLOS EDUARDO ALVES; FÁBIO SANCHEZ
O discurso tucano aponta que o apoio a Celso Pitta (PPB) é impensável, mas o engajamento na campanha petista está difícil. José Serra, candidato do PSDB derrotado no primeiro turno, não se manifestou ontem sobre o embate Pitta contra Erundina, mas alguns dos coordenadores de sua campanha emitem sinais de que o acordo será difícil. O deputado Arnaldo Madeira, candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada por Serra, por exemplo, repetiu o discurso de veto ao malufismo, mas fez críticas pesadas ao PT. "O PT faz a maior oposição ao governo Covas, agredindo o tempo todo. Há um confronto histórico com o PT", afirmou Madeira. O deputado admitiu que o partido está numa situação complicada, mais ainda do que a enfrentada na eleição municipal de 92. Naquela ocasião, o PSDB, optou por um apoio crítico ao petista Eduardo Suplicy, que acabou perdendo a prefeitura para Paulo Maluf (PPB). "O antagonismo com o PT hoje é muito maior", disse. Assim como Madeira, o deputado estadual Walter Feldman também defende internamente que o partido opte pela posição de neutralidade, proibindo, no entanto, manifestações de apoio a Pitta. Cúpula Todos no PSDB sabem que a decisão será tomada apenas formalmente pela direção municipal do partido. A definição sairá de conversas entre o presidente Fernando Henrique Cardoso, o governador Mário Covas, Serra e o ministro Sérgio Motta. Mesmo os que defendem a aliança com o PT, como é o caso do deputado federal Almino Affonso, remeteram a decisão ao partido. "O PSDB está apertado. A tradição quase obriga o apoio a Erundina, mas temos a batalha da reeleição no Congresso", afirmou. É aí, também que a oposição dos petistas a FHC dificulta o acordo paulistano. "Nossos projetos são diferentes", declarou Madeira. Mesmo um antimalufista histórico como o ex-governador Franco Montoro foi cauteloso ao comentar o possível aval à petista. Montoro defendeu a elaboração de um programa de governo conjunto, mas fez a ressalva. "O partido vai se reunir e não sei se haverá um apoio oficial", disse. O maior núcleo tucano de simpatia pela candidata do PT está no Palácio dos Bandeirantes. Covas insinuou que pode apoiar Erundina. O vice-governador Geraldo Alckmin avançou um pouco mais ao combater a tese da neutralidade. "Como é uma eleição em dois turnos, é natural que o partido tome uma posição", declarou. Erundina anunciou ontem que o secretário estadual Emerson Kapaz a autorizou a revelar que ele já está apoiando a sua candidatura. Tuma O senador Romeu Tuma (PSL), que apoiou Serra no primeiro turno, disse que "o Serra foi abandonado por gente do próprio PSDB". Serra descansou ontem e poderia viajar à noite. (CARLOS EDUARDO ALVES e FÁBIO SANCHEZ) Texto Anterior: Para FHC, tucanos saem fortalecidos Próximo Texto: FHC quer aliados no palanque de Pitta para evitar reação de Maluf à reeleição Índice |
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